A greve da categoria completa 14 dias nesta segunda-feira (19). Até o momento, os banqueiros se limitaram em propor reajuste abaixo da inflação e nenhum avanço em temas como emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Ou seja, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que negocia com o Comando Nacional dos Bancários, aposta no desgaste, no enfraquecimento da greve.
Logo após a rejeição da proposta apresentada na rodada do último dia 29 de agosto, que previa reajuste de 6,5% e abono de R$ 3 mil, e deflagração da greve, a Fenaban chamou nova negociação, realizada no dia 9. Nenhuma novidade. Apenas provocação: reajuste de 7% e abono de R$ 3,3 mil. O índice não repõe sequer a inflação acumulada entre os meses de setembro de 2015 a agosto deste ano, que foi de 9,62%. Em outras palavras, impõe perda de 2,39%. A proposta também foi rejeitada pela categoria.
Provocação, impasse
A provocação dos banqueiros, no entanto, não cessou. Nas duas rodadas posteriores, realizadas nos dias 13 e 15, a Fenaban insistiu no rebaixamento salarial, no arrocho mesmo, ao não apresentar nova proposta. Criou-se, então, um impasse. Contra essa enrolação dos banqueiros, resistência. Nesta segunda-feira (19) a greve entra na terceira semana com força total. No primeiro dia (6), a greve atingiu 161 locais de trabalho (67 em Campinas e 94 em 31 das 36 cidades da base do Sindicato). Na última sexta-feira (16), décimo primeiro dia, 267 locais de trabalho fechados (140 na área central e em 20 bairros de Campinas e 127 em 32 das 36 cidades da base). No país, a greve atingiu 12.727 agências e 52 centros administrativos.
Avaliação
Para a presidente do Sindicato, Stela, é hora de reunir todas as forças e rebater os ataques dos banqueiros “que posam de durões para os trabalhadores e na mesa só choram; de barriga cheia, claro. No primeiro semestre deste ano, os cincos maiores Bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Federal) lucraram R$ 29,7 bilhões. E mais: sem nenhum respeito aos bancários, fecharam de janeiro a julho deste ano 7.897 postos de trabalho. Para completar, mesmo o país vivendo um dilatado período de recessão, a rentabilidade dos Bancos permanece alta. Portanto, os banqueiros reúnem todas as condições para atender as reivindicações da categoria. Pressionados, podem ceder. Os sindicatos apostam na mobilização, na firme disposição de luta dos bancários. E permanecem abertos ao diálogo”.
Fotos: Júlio César Costa
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19/09/2016
GREVE entra na 3ª semana.
Contra o rebaixamento salarial, MOBILIZAÇÃO