As pendências do aditivo em vigor abriram a rodada de negociação específica entre os sindicatos e a Caixa Federal, realizada hoje (17) em Brasília. As reivindicações da pauta aprovada no 32º Conecef serão negociadas na segunda rodada, que será realizada no próximo dia 24 (quarta-feira), em São Paulo. O diretor do Sindicato, Carlos Augusto (Pipoca), participou da rodada como representante da Federação dos Bancários de SP e MS.
Além das pendências, a reestruturação iniciada em abril último foi amplamente debatida. A gerente da Gener (Gerência Nacional de Negociação e Relações de Trabalho), Maria Emília Pereira, informou que a reestruturação está suspensa e que a “primeira onda” previa mudanças na Matriz, Giris e Girec, que já aconteceram.
Os dirigentes sindicais manifestaram preocupação com a exposição dos tesoureiros, que fazem serviços de caixa, e que técnicos bancários fazem conferência de assinatura. Os sindicatos reivindicaram o fim do caixa-minuto e o retorno da função de caixa, extinta recentemente.
Outros pontos discutidos:
GT Funcef : Os sindicatos cobraram a criação de comissão para discutir especificamente as questões do Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa. Na campanha do ano passado, a Caixa Federal havia se comprometido em criar tal grupo, porém o GT não passou de promessa. Uma das propostas é a Caixa Federal assumir de forma integral o contencioso resultante de ações judiciais.
Reembolso: Os sindicatos solicitaram esclarecimentos sobre o atraso no reembolso nas novas coberturas do Saúde Caixa. A representante da Caixa Federal disse que a procura foi maior do que o sistema consegue processar e isso tem gerado o atraso no reembolso.
Teto de reembolso: A Caixa Federal havia solicitado 90 dias (prazo encerrado em julho último) para adequar o reembolso às regras do Saúde Caixa. Agora pediu mais 90 dias. O que configura descumprimento do acordo coletivo.
Superavit do Saúde Caixa: Tanto no grupo de trabalho da Saúde quanto na mesa de negociação permanente houve consenso, ainda no ano passado, em torno de três medidas para utilizar parte do superavit: redução de 20 para 15% a participação dos empregados; inclusão de remoção por ambulâncias como um dos serviços a serem prestados; e implementação de programa de qualidade de vida. Infelizmente, essas medidas não foram aplicadas e até o momento o GT da Saúde não se reuniu para discutir a questão.
Login único: Os sindicatos destacaramque não existe acordo para banco de horas, cobraram a implantação imediata do login único no Sipon e que a Caixa Federal evite a criação de horas extras negativas. Ao contrário de manifestações anteriores, a representante do Banco público afirmou ser ilegal a utilização de horas extras negativas e que o Sipon é um instrumento usado única e exclusivamente para registro da jornada, uma clara mudança de ponto de vista. A má notícia é que a expectativa de implantação imediata não vai se realizar, pois a gerente da Gener, Maria Emília, afirmou que somente em janeiro começam os estudos para a implantação do login único.
Contratações: A crônica falta de pessoal na Caixa Federal vai continuar. A gerente da Gener afirmou que não haverá novas contratações neste ano, a não ser as determinadas pela Justiça e que será feita uma “equalização da força de trabalho” para suprir as carências de pessoal. Os sindicatos reafirmaram que o quadro vai se agravar, uma vez que mais de dois mil empregados se desligaram da Caixa Federal somente nas duas fases do PAA neste ano.
Agências digitais: Segundo a Caixa Federal, dos cinco pilotos previstos para a implantação da agência digital, apenas um está efetivamente funcionando, como um pré-piloto, e ainda não há previsão de quando os testes serão concluídos.
Licença-paternidade: Os sindicatos cobraram a antecipação da concessão da licença-paternidade.A gerente da Gener disse que aguarda a desoneração fiscal prevista.
Sipats: os sindicatos cobraram a participação das entidades sindicais na definição dos temas e organização das Semanas de Prevenção e Acidentes do Trabalho (Sipats).
Fonte: Agência Fenae