Os sindicatos, a Contraf-CUT e a Comissão de Empresa dos Funcionários se reuniram hoje (20) com o Banco do Brasil, em Brasília, para discutir o recém-anunciado processo de reestruturação, que criou a Visin (Vice-Presidência de Serviços, Infraestrutura e Operações), e envolve as áreas de logística, operações, PSO e valores (CSO).
Após relatar desencontro de informações nos locais de trabalho, dados inconsistentes nos sistemas do Banco, os sindicatos cobraram uma planilha com o quadro real de cortes em cada praça. Inclusive, os representantes dos funcionários destacaram que o BB não cumpriu compromisso assumido ao não repassar informações sobre cada cargo que será extinto ou remanejado de cidade.
Diante desse confuso quadro, os sindicatos reivindicaram a suspensão imediata do processo de reestruturação, que foi anunciada no último dia 7 e tem previsão de ser implantada até o dia 25 deste mês de janeiro. “Mais uma vez o BB realiza reestruturação em que penaliza os funcionários, pois impõe alteração na vida dos envolvidos num curto prazo. Localmente o Sindicato está conversado com a Gepes, visando a melhor realocação e promovendo reuniões com os funcinários. Porém, o BB deve suspender a reestruturação. Essa é a melhor alternativa”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, que participou da reunião.
Prazo insuficiente
O Banco do Brasil ampliou o prazo de início do VCP – verba de caráter pessoal (garantia de manutenção da remuneração por quatro meses), pasando do dia 25 deste mês de janeiro para 15 de fevereiro aos funcionários que não forem remanejados de praça ou que tiveram redução salarial. Os sindicatos, no entanto, consideram o prazo insuficiente, dado que para muitos funcionários a única opção em permanecer no cargo será com deslocamente de mais de quatro mil km.
Poucas garantias
Quanto às garantias cobradas pelos sindicatos, o BB informou que vai agilizar a quebra da trava de concorrência, promover curso de capacitação para quem for para a rede de agências, garantir a migração na lateralidade de 6 ou 8 horas se houver o cargo no novo prefixo e, ainda, a garantia de extra-quadro como escriturário em agência de preferência do funcionário – será analisado o número de pedidos de cada local, evitando assim excesso de extra-quadro na mesma dependência.
Plano de Funções complica
Os sindicatos destacaram que poderá ocorrer problemas de migração e realocação mesmo nas cidades em que quadro de pessoal será aumentado, devido ao plano de funções, uma vez que pela regra os salários de alguns funcionários serão reduzidos mesmo subindo de cargo.
Pressão e assédio
Os sindicatos denunciaram a pressão de alguns gestores para que os funcionários façam opção de migração imediata, mesmo antes do prazo estabelecido. Muitos gestores estão tentando dar um ritmo próprio; em alguns casos, ameaçam funcionários com rebaixamento de cargos.
Mais garantias
Os representantes dos funcionários cobraram a mesma remuneração para quem ficar como extra-quadro nas agências, a extensão do VCP para 12 meses e prazo dilatado para início do VCP.
Planilha e contato com outras áreas
O BB assumiu compromisso em repassar semanalmente à Comissão de Empresa uma planilha com o quadro de vagas e movimentações para que seja feito acompanhamento real. Definiu-se que no dia 26 deste mês de janeiro será apresentado o quadro geral de movimentações. E mais: será feito contato com outras áreas que não são da Visin para desbloqueio de vagas de cargos semelhantes, com o objetivo de melhor realocação dos funcionários que estão perdendo funções.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários, o pedido mais coerente neste momento é a suspensão do processo: “Nos parece que todos os tratores foram ligados e estão atropelando pessoas e processos. Faltam garantias concretas para os funcionários, como manter a remuneração em extra-quadro. Se o Banco quer mudar tanto os serviços de local, que gaste um pouco mais de dinheiro e dê segurança financeira aos seus funcionários. Uma reestruturação que corta cargos em tantos locais, traz com certeza economia ao Banco”. Segundo ele, é impressionante a falta de conhecimento que diversas áreas do BB têm do plano de funções que foi imposto aos funcionários em 2013: “As diretorias fazem reestruturações sem saber que tem gente que sobe de cargo e diminui salário, situação inusitada criada pelo plano de funções. Se a empresa realmente se preocupa com seus funcionários, deve usar um pouco a economia de milhões do plano de funções e manter os salários sem perda nas reestruturações.
Fonte: Contraf-CUT
Fotos: Guina Ferraz