O tema emprego norteou a reunião entre os sindicatos e o Itaú, realizada nesta quarta-feira (16), na sede da Contraf-CUT em São Paulo. Em resposta ao pedido dos sindicatos, apresentada na reunião realizada no dia 26 de novembro último, o Itaú informou que no período de 1º de janeiro ao dia 8 deste mês de dezembro (data de fechamento da folha de pagamento) foram demitidos 8.529 bancários no país. O diretor do Sindicato e secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Mauri Sérgio, participou da reunião.
Para o Itaú o número de desligamentos não difere do registrado no ano passado: 9.049 funcionários. Os dados repassados pelo Itaú serão analisados pelos representantes dos bancários; em algumas localidades, os números do Itaú divergem dos computados pelos sindicatos.
Agências fechadas e abertas
Neste ano foram fechadas 142 agências e abertas 35, envolvendo 1.045 bancários no processo; 87% foram realocados. Em função disso, os sindicatos reivindicaram manutenção da Central de Realocação. Para os sindicatos, o elevado número de agências fechadas é decorrente da aposta do Itaú nas chamadas agências digitais. O que, aliás, foi reafirmado pelo Itaú, que destacou ser essa a tendência do mercado. O Itaú destacou também que aposta no diálogo com os representantes dos bancários.
Para o Banco das famílias Setubal, Vilella e Moreira Salles, o ano de 2016 será difícil, dado a atual crise vivida pelo país. O Itaú chora de barriga cheia. Nos nove primeiros meses deste ano lucrou R$ 18,059 bilhões; alta de 20,7% em relação ao mesmo período de 2014. Portanto, não haveria necessidade de demitir.
Saúde: O novo modelo de convênio médico foi outro ponto debatido. O Itaú informou que desde 1º deste mês de dezembro os novos contratados têm um novo modelo de convênio, nos moldes da ANS, com uma tabela que segue a faixa etária de cada dependente individualmente. “É uma notícia ruim para os trabalhadores, porque tem dois tipos de convênios médicos na empresa. Nós somos contra o novo modelo, defendemos o modelo familiar, que agrega a todos”, avalia Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.
Agir: Como anunciado na reunião do último dia 26, o Itaú aceitou a proposta dos sindicatos em não computar o período de greve no cálculo do Agir (programa de remuneração variável). “Os dias parados não serão computados no fechamento das metas. O Banco também está contando 11 meses e não 12. Assim, desconta as férias dos bancários”, destaca o diretor do Sindicato e da Contraf-CUT, Mauri Sérgio.
Os sindicatos e o Itaú definiram que o tema emprego será discutido em reuniões trimestrais.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Contraf-CUT