O procurador Carlos Eduardo Carvalho Brisolla, da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região (Brasília/DF e Tocantins), em audiência realizada no último dia 5 por iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), concedeu prazo de 20 dias para que a Caixa Federal apresente cronograma de contratação dos aprovados no concurso público realizado em 2014 ou estudo em que dimensione as admissões a serem feitas até dezembro deste ano, como prevê a cláusula 50 do Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2015, ou até junho de 2016, quando termina a validade do concurso.
Participaram da audiência, em Brasília, Genésio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e integrante da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa); Sérgio Takemoto, diretor da Contraf-CUT; e Almir Márcio Miguel, gerente nacional de Informações Corporativas e Negociações Coletivas (GEING), representando a Caixa Federal. Os representantes dos empregados destacaram que a Caixa Federal insiste em informar que já cumpriu a cláusula 50 do Aditivo, que prevê a contratação de 2 mil novos empregados. Porém, ignora que 3 mil empregados se desligaram da instituição via Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA), realizado neste ano. Já o procurador Carlos Eduardo, além de exigir o cronograma de contratação, recomendou à Caixa Federal que nos próximos concursos seja definida uma quantidade de contratações, que não se faça um processo seletivo apenas para cadastro de reserva.
Concurso público
Em 2014, a Caixa realizou um dos maiores concursos públicos da história. Foram quase 1,2 milhão de inscritos, dos quais 32.879 foram aprovados. Até o momento, apenas 3.182 foram convocados (9,67% do total) e apenas 2.482 admitidos (7,54% do total). Neste ano não houve uma convocação sequer em fevereiro, março, julho, agosto e setembro. O Distrito Federal tem o maior índice de convocados: 18,78%. Já o menor índice é o da Paraíba, apenas 2,47%.
Enquanto isso, a falta de empregados prejudica a todos. Trabalhadores estão sobrecarregados e, consequentemente, adoecendo mais. Clientes e usuários sofrem a demora no atendimento. A Caixa Federal tem hoje menos de 98 mil empregados, mas eram mais de 101 mil no final do ano passado. E tem autorização dos órgãos reguladores para chegar aos 103 mil. Atualmente, em média, são 23 empregados por unidade, a pior situação desde 2003.
Fonte: Fenae