Acima:Prédio do Banco do Brasil no Bonfim (CSO, PSO, CSL, Gepes). foto: Denny Cesare
A disposição de luta da categoria bancária, manifestada na Campanha deste ano, impediu que a Fenaban impusesse um novo modelo, um novo ciclo onde seria descontinuada a política de recomposição do poder de compra dos salários. O efetivo envolvimento dos bancários bloqueou o retrocesso, principalmente nas chamadas cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Depois de 21 dias com os bancários dos setores público e privado de braços cruzados, o minguado, o rebaixado reajuste salarial de 5,5% (proposto no dia 25 de setembro) ganhou massa muscular, cresceu e atingiu o mesmo percentual da inflação acumulada entre os meses de setembro de 2014 e agosto deste ano; ou seja, 10%. Na verdade, um pouco a mais, já que a inflação no citado período foi de 9,88%. E mais: os tíquetes refeição, alimentação e cesta foram reajustados em 14%; acima da inflação.
Diante desse novo cenário, os bancários do setor privado e os empregados da Caixa Federal, reunidos em assembleia no último dia 26, no Sindicato, aprovaram o acordo proposto pela Fenaban, o Aditivo à CCT referente às questões específicas da instituição financeira pública e a suspensão da greve. No mesmo dia e no mesmo local, os funcionários do Banco do Brasil rejeitaram as propostas de acordo (geral e específico) e mantiveram a greve.
A greve começou e terminou forte: 159 locais de trabalho (agências e departamentos) fechados no primeiro dia; 348 no último (21º dia). Além da histórica participação dos bancários dos setores público e privado, a greve deste ano contou com o envolvimento de bancários de vários segmentos. Cabe aqui destacar: CSO, CSL, PSO, Gepes do BB (prédio no bairro Bonfim), câmbio do Bradesco (prédio central em Campinas), tesoureiros, auditores e gestão de pessoas da Caixa Federal, imobiliário, câmbio, plataforma PJ do Santander Centro, e Empresariais 2 e 3 do Itaú (Moraes Salles, Costa Aguiar e Saudade). Sem falar do data center do Itaú em Mogi Mirim, que parou pela primeira vez (clique).
Para o presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional, Jeferson Boava. “os bancários deram resposta à altura da provocação dos Bancos, do insulto que foi a proposta rebaixada. A greve na região de Campinas, na verdade, abalou os Bancos. O câmbio do Bradesco era o único em greve no país, assim como o Bradesco Financiamento e o CSO do BB. A greve juntou todos os bancários numa grande frente de luta, incluindo os delegados sindicais do BB e Caixa Federal, sob a coordenação do Sindicato. Em outras palavras, a greve abortou o golpe dos Bancos, quebrou a intransigência patronal, impediu que as novas regras fossem ditadas em nome da atual crise vivida pelo país, menos pelos Bancos, fossem criadas na escuridão do retrocesso”.
Centro Tecnológico Mogi Mirim (CTMM) do Itaú. (foto: Júlio César Costa)
29/10/2015
Força da categoria impede retrocesso
Luta