A greve ficou mais forte hoje (9), quarta dia, mais bancários cruzaram os braços, fechando 229 locais de trabalho (agências e departamentos) de Bancos públicos e privados, sendo 125 em Campinas e 104 em 32 das 37 cidades da base do Sindicato. Ontem (8) a greve atingiu 211 locais de trabalho (112 em Campinas e 99 em 32 cidades na região); no país, 10.818 locais de trabalho fecharam no quarto dia. A paralisação nacional continua na próxima terça-feira (13), um dia depois do feriado, em busca de nova proposta da Fenaban que, até o momento, não se pronunciou. No máximo, se limitou em dizer que está aberta ao diálogo quando, na verdade, interrompeu a negociação após propor reajuste abaixo da inflação e abono de R$ 2.500,00.
Em Campinas e Região a greve envolve bancários do Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Safra, Losango, Mercantil do Brasil e Citibank. Inclusive a greve atinge setores importantes dos Bancos; entre eles, os prédios do BB no Bonfim (CSO, Gepes, CSL, PSO, entre outros departamentos) e Costa Aguiar (Gecex, entre outros), Caixa Federal Centro/Glicério (Gitec, Giseg, entre outros), Empresariais 2 e 3 do Itaú Moraes Salles e Costa Aguiar (Itaúcred, entre outros), prédio central do Bradesco (Câmbio, Empresas, Plataforma. entre outros) e Santander Centro (Imobiliário, Câmbio, Plataforma PJ, entre outros).
Para o presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Jeferson Boava, o crescimento da greve a cada dia acontece porque “os bancários assumiram a luta sem titubear depois do insulto da Fenaban. Entraram em cena no momento certo, no momento de exigir respeito, seriedade dos Bancos ”.
Plenária dia 14
O Sindicato realiza nova plenária para avaliar a greve na próxima quarta-feira, dia 14, na sede, às 18h30.
Proposta da Fenaban
Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Piso portaria após 90 dias: R$ 1.321,26.
Piso escritório após 90 dias: R$ 1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica: 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição: R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 323,84.
Anuênio (para os remanescentes): R$ 25,83
Gratificação de compensador de cheques: R$ 147,11.
Requalificação profissional: R$ 1.294,49.
Auxílio-funeral: R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno: R$ 90,67.
Bancários reivindicam
(data-base: 1º de setembro)
Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82
Piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/ babá: R$ 788,00 ao mês para cada um (SM nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate à terceirização imposta pelo Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que tem como origem o nefasto PL 4330/2004.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fotos: Júlio César Costa