A Fenaban propôs reajuste de 5,5% sobre salários e verbas (PLR, tíquetes e auxílios) e abono de R$ 2.500,00, durante a quinta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada hoje (25), em São Paulo. A chamada proposta global, prometida pela Fenaban na rodada do último dia 16, não repõe nem mesmo a inflação no período de setembro de 2014 a agosto deste ano, que ficou em 9,88%. Para o Comando a proposta é ruim, insuficiente e empurra a categoria para a greve. “A proposta dos Bancos é um desrespeito, rebaixada. Afinal, o ganho conjunto de quatro gigantes (Itaú, Bradesco, Santander e BB) totalizou R$ 33,8 bilhões no primeiro semestre. O país vive uma crise; o setor financeiro, não. Aliás, neste ano os Bancos deixaram de lado a política de repor a inflação e aumento real, valorizando o trabalho bancário, e retomaram o abono como mecanismo para recompor a massa salarial. Abono, no entanto, não incorpora ao salário. Em outros termos, a proposta não contempla as reivindicações dos bancários; entre elas, 16% de reajuste (incluindo 5,7% de aumento real)”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava.
Assembleia dia 1º decide greve
Diante da provocação da Fenaban, o Comando orienta a categoria a rejeitar a proposta da Fenaban e aprovar greve a partir do dia 6 de outubro. Nesse sentido, o Sindicato realiza assembleia no dia 1º de outubro (quinta-feira), às 19h, na sede em Campinas, para avaliar a proposta dos Bancos e decidir pela deflagração de greve. Segundo calendário do Comando, que se reúne no dia 2 de outubro, os sindicatos devem realizar assembleia organizativa no dia 5 de outubro.
Bancos públicos
O Banco do Brasil e a Caixa Federal também desrespeitaram a categoria, pois não apresentaram propostas para as pautas específicas. “O momento exige resistência, mobilização. A greve é a única saída em busca de uma proposta decente que, efetivamente, valorize o trabalho dos bancários”, destaca Jeferson Boava,
Proposta da Fenaban
Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Piso portaria após 90 dias: R$ 1.321,26.
Piso escritório após 90 dias: R$ 1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica: 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição: R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 323,84.
Anuênio (para os remanescentes): R$ 25,83
Gratificação de compensador de cheques: R$ 147,11.
Requalificação profissional: R$ 1.294,49.
Auxílio-funeral: R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno: R$ 90,67.
Fotos: Júlio César Costa