Ao adiar qualquer proposta econômica para o próximo dia 25, a Fenaban aposta no confronto. É o que se pode concluir da quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada hoje (16), em São Paulo, quando os Bancos não apresentaram nenhuma proposta sobre remuneração. Nem índice de reajuste, nem aumento real, nem PLR. “O descaso da Fenaban, completo desrespeito, frustra as expectativas, mas não diminui o ânimo, a disposição de luta da categoria, já demonstrada em 200 reuniões nos locais de trabalho e na paralisação realizada no último dia 15 em Campinas, Paulínia e Sumaré”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava.
Para o Comando Nacional, a postura da Fenaban em não apresentar propostas em quatro rodadas de negociação, exige da categoria bancária uma resposta unitária e forte. “O clássico jogo da enrolação dos Bancos, de adiar qualquer proposta, na verdade busca medir a temperatura da categoria. O momento, portanto, requer intensificar ainda mais a mobilização, as jornadas de luta. É decisivo que os bancários, junto com o sindicato, deixem claro que salário decente (com reposição da inflação e aumento real), emprego, condições humanas de trabalho (saúde, metas com regras) e distribuição da sempre alta lucratividade são reivindicações prioritárias”, destaca Jeferson Boava. Segundo ele, a categoria já mostrou como quebrar a resistência dos Bancos. Neste ano, tudo indica, não será diferente nos Bancos privados e públicos.
Na quarta rodada foram negociadas as seguintes reivindicações:
Reajuste de 16%
Reposição da inflação dos últimos doze meses (setembro 2014 a agosto 2015) mais 5,7% de aumento real. Nos últimos 10 anos (2004 a 2014), a categoria conquistou aumento real de 20,7%.
PLR
PLR de três salários mais parcela fixa de R$7.246,82. Na hipótese de prejuízo, garantia do pagamento de um salário mínimo do Dieese, referente ao mês de divulgação do balanço. Os Bancos sinalizaram para a manutenção das regras do ano passado com correção.
14º salário
Para todos os funcionários, inclusive para afastados e para quem rescindiu o contrato de trabalho. A Fenaban disse não. Argumentou que não há justificativa para mais uma remuneração fixa e que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já conta com muitos benefícios.
Salário de ingresso
R$ 3.299,66. O valor é equivalente ao salário mínimo indicado pelo Dieese, como essencial para a sobrevivência do trabalhador.
Parcelamento de adiantamento de férias
Em até dez parcelas iguais e sem juros, a partir do mês subsequente ao do crédito.
Reajuste dos auxílios
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá equivalentes a R$788,00 ao mês. Valor corresponde ao salário mínimo nacional vigente. Os banqueiros assumiram compromisso em dar uma resposta.
Auxílio Educacional
Bolsa integral para ensino médio, graduação e pós-graduação. Atualmente, o auxílio educacional é estabelecido conforme critério de cada instituição financeira. Sem consenso entre os Bancos.
15 minutos
O debate sobre os 15 minutos de pausa para mulheres antecedendo a jornada extraordinária também foi discutido. Após explicações do súbito cumprimento da lei, por parte dos Bancos, definiu-se uma pausa no debate enquanto o assunto tramita no STF.
Calendário de negociações
Fenaban
Dia 25/9
Banco do Brasil
18/9 – Remuneração e Plano de Carreira
CaixaFederal
18 /9 – Contratações, Condições das agências e Jornada de Trabalho
Fonte: Contraf-CUT