A Caixa Federal só disse não às reivindicações dos empregados, durante a terceira rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada hoje (11), em Brasília. Na pauta específica, carreira, isonomia e organização do movimento. O diretor do Sindicato, Carlos Augusto (Pipoca) participou da rodada como representante da Federação dos Bancários de SP e MS.
A Caixa Federal não aceita isonomia, fim do GDP, abono dos dias de paralisação em defesa da Caixa 100% Pública e contra o Projeto de Lei sobre a terceirização e reversão dos reflexos na carreira. Para o Comando, falta mais diálogo e menos intransigência.
Isonomia
No debate sobre isonomia, a Caixa Federal recusou a extensão da licença-prêmio e do anuênio (ATS) para todos os admitidos a partir de 1998. Os representantes do Banco público alegaram que a proposta é inviável em função do elevado custo. Os representantes dos empregados solicitaram o estudo que foi realizado em 2013; destacaram que a não extensão desses benefícios gera uma divisão dentro das unidades de trabalho.
O Comando reivindicou ainda outros itens referentes a isonomia: o fim da discriminação dos empregados do REG/ Replan não-saldado; manutenção das gratificações dos empregados envolvidos em processos de apuração sumária, até que seja dado direito à ampla defesa; e revisão da Estrutura Salarial Unificada e Plano de Cargos e Salários da carreira administrativa com valorização salarial.
Organização do Movimento
A Caixa Federal não aceitou abonar os dias de paralisação realizados pelos trabalhadores em 27 de fevereiro, em defesa da Caixa 100% Pública, e nos dias 15 de abril e 29 de maio, contra o Projeto de Lei que legaliza a terceirização, bem como a reversão dos reflexos na carreira. Para o Comando, a medida é uma forma de retaliar a mobilização dos empregados. Inclusive sugeriu um acordo para compensação das horas descontadas. A Caixa Federal assumiu compromisso em analisar.
E mais: a Caixa Federal recusou a liberação dos delegados sindicais e representantes de entidades sindicais e associativas para participarem de reuniões, cursos, seminários, congressos e plenárias, quando solicitado pelos sindicatos; estabilidade e irremovibilidade para os delegados sindicais suplentes; e a manutenção da função para todos os integrantes da CIPA, delegados sindicais e dirigentes sindicais pelo mesmo tempo de estabilidade e da inamovibilidade. Para a Caixa Federal, a reivindicação é uma interferência na gestão e não pode ser acatada.
Carreira
Na rodada desta sexta-feira (11), teve início o debate sobre apenas um ponto da pauta específica relacionado à carreira: Gestão de Desempenho de Pessoas. O Comando reivindicou o fim do GDP. A resposta da Caixa Federal foi a mesma das reuniões anteriores: o programa será mantido e ampliado até 2016.
Os representantes dos empregados, cabe destacar, contestaram o sistema de ranqueamento. Segundo informações, a Caixa Federal vai lançar um canal de acompanhamento individual de vendas, a ser utilizado nas avaliações do GDP. O Comando é contra a individualização das metas, porque esta medida causa o acirramento da competição entre os empregados que, entre outros problemas, agrava o adoecimento da categoria. O ranqueamento fere, inclusive, o que está acordado no CCT.
Diante da impossibilidade de esgotar toda a pauta sobre carreira e nem debater as questões relativas ao Saúde Caixa, ficou definido que a próxima negociação, agendada para sexta-feira da próxima semana, 18 de setembro, que será das 9 às 18h.
Esclarecimentos
Indagada sobre o intervalo de 15 minutos para mulheres, os representantes da Caixa Federal informaram que o Banco está cumprindo o que está previsto no artigo 384 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Segundo a legislação, para fazer hora extra as empregadas devem cumprir o intervalo de 15 minutos antes de iniciar a prorrogação do período de trabalho.
Fonte: Agência Fenae
Fotos: Guina Ferraz
16/09/2015
Caixa Federal só sabe dizer NÃO
Falta diálogo