Após intenso debate, a Fenaban concordou hoje (3) que os sindicatos acompanhem o programa de retorno ao trabalho, conhecido por Reabilitação Profissional, durante a retomada da negociação sobre Saúde iniciada ontem (2) com o Comando Nacional dos Bancários.
A nova redação do parágrafo terceiro da cláusula 46ª da Convenção Coletiva de Trabalho será discutida entre a Fenaban e o Comando. Hoje, o citado parágrafo não deixa claro como os sindicatos podem acompanhar o retorno dos bancários, que estavam afastados para tratamento de saúde, ao trabalho. “Os sindicatos querem saber quais bancários estão retornando ao trabalho e fazer o correto acompanhamento dos incluídos no programa. Inclusive, durante o debate, destaquei que bancários estão sendo demitidos ao invés de incluídos no programa”, relatou o diretor de Saúde do Sindicato, Gustavo Frias, que participou da rodada de hoje. Antes do fechamento da Campanha, o tema Saúde volta à mesa de negociação.
Fenaban não vê perigo em bancário guardar chaves
Na negociação sobre o tema Segurança, a Fenaban não aceitou que a guarda das chaves dos cofres deixe de ser uma função dos bancários, como propôs o Comando. Mesmo sabendo que 100% dos sequestrados em assaltos são portadores de chaves, a Fenaban vê no fato apenas “coincidência”. Para o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava, “a postura da Fenaban é inadmissível. A reivindicação visa proteger a vida dos trabalhadores bancários e familiares, hoje alvos de assaltantes e sequestradores. A tecnologia poderia resolver esse grave problema. Porém, os Bancos poucos investem nesse setor. Em 2014, investiram em segurança e vigilância tão somente R$ 3,7 bilhões; no mesmo ano, BB, Itaú, Bradesco, Caixa Federal e Santander lucraram R$ 60,3 bilhões”.
O Comando reivindicou também a instalação de novos equipamentos de segurança que efetivamente reduzem a incidência de assaltos, como os testados no projeto-piloto instalado nas cidades de Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda (PE), entre os anos de 2013 e 2014. Conquista da Campanha Nacional de 2012, o projeto-piloto comprovou a eficácia de equipamentos como porta-giratória com detector de metais, câmeras internas e externas, biombos em frente aos caixas e guarda-volumes.
BO e CAT – O Comando propôs o registro de Boletim de Ocorrência (BO) para todas as vítimas de assaltos, sequestros e extorsões, consumados ou não, com a devida assistência profissional. A Fenaban assumiu compromisso em estudar a reivindicação. A Fenaban, no entanto, não aceita emitir Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em casos não consumados. “É desrespeito puro. Independente de efetivada ou não, a violência das ações afeta a saúde do bancário. O dano já está feito”, destaca o presidente do Sindicato, Jeferson Boava.
O Comando reivindicou ainda estabilidade aos bancários que sofreram assaltos, sequestros ou extorsões. A Fenaban negou. O Comando insiste que a reivindicação seja apresentada aos Bancos.
Calendário de negociação com Fenaban
19 de agosto: Emprego (clique aqui)
2 e 3 de setembro: Saúde e Condições de Trabalho (clique aqui)
9 de setembro: Igualdade de Oportunidades e de Tratamento
16 de setembro: Remuneração
Fonte: SEEB SP