O Banco do Brasil tem usado a Gestão de Desempenho Profissional, mais conhecida por GDP, como um verdadeiro instrumento de pressão para cobrar o cumprimento de metas; quem não atinge o resultado exigido é penalizado com anotação. A meta do BB, neste caso, passa a ser o descomissionamento. O que reflete uma distorção da GDP, apontada pelos sindicatos quando o novo sistema de avaliação dos funcionários foi implantado no segundo semestre de 2013.
A GDP era um sistema interno com caráter formativo. Ou seja, avaliava os funcionários pela competência esperada e sugeria melhorias através de retornos e avaliações periódicas (feedbacks). Inclusive os sindicatos reivindicaram e conquistaram a inclusão de uma cláusula no Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assegurando a necessidade de se observar três ciclos avaliatórios consecutivos para descomissionar. Está cláusula (45ª), no entanto, não se aplica a toda a cadeia. Por exemplo: vale para gerência média, mas não para a gerência geral. Confira o parágrafo único: Excetuam-se os funcionários que exerçam as comissões de 1º, 2º e 3º Níveis Gerenciais e 1º Nível de Assessoramento das Unidades Estratégicas – UE, 1º e 2º Níveis Gerenciais das Unidades Táticas – UT, 1º Gestor de Unidades de Apoio – UA e de Unidades de Negócios – UN.
Terrorismo, ameaça
A inclusão de resultados de metas, no entanto, descaracterizou por completo a proposta inicial da GDP, gerando o atual quadro de puro terrorismo, ameaça. O que os sindicatos apontaram como distorção ainda permanece, fragilizando a relação de trabalho. O funcionário vive refém de sua comissão.
A diretora do Sindicato, Deborah Negrão de Campos, destaca que a entidade sempre defendeu maior segurança aos funcionários comissionados e sempre combateu a política de descomissionamento do BB. “Em diversas ocasiões, o Sindicato alertou os funcionários que a gestão do BB é baseada na vulnerabilidade e insegurança, visando tão somente cobrar os resultados com maior veemência. Quer dizer, a GDP virou um instrumento de pressão. O que é intolerável”. Deborah destaca ainda que são inaceitáveis “insinuações com certo tom de terrorismo como, por exemplo, perda de carteira e consequente perda de comissão”.
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A diretora do Sindicato lembra que o próprio normativo do BB prevê a possibilidade do funcionário questionar as anotações na GDP. “O Sindicato orienta que os funcionários ameaçados devem usar esse recurso. E mais: denunciar ao Sindicato todo tipo de abuso de poder. Essa orientação, cabe lembrar, vale para todos os comissionados, com ou sem ciclos avaliatórios”.
Foto: Dia de Luta contra plano de funções (20/02/2013). Crédito: Júlio César Costa.
01/06/2015
Banco do Brasil: GDP não é instrumento de pressão
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