As entidades representativas dos funcionários e o Banco do Brasil iniciaram o processo de negociação sobre a Cassi, no último dia 12. A criação da mesa específica foi um reivindicação da Contraf-CUT, que coordenou os trabalhos com a assessoria dos sindicatos, entidades associativas de funcionários da ativa e aposentados, como Anabb, Aafbbm, Federação dos Aposentados/Faabb, Afabb/SP e da Contec. O presidente do Sindicato, Jeferson Boava, participou da negociação.
Para Wagner Nascimento, que coordenou a mesa pela Contraf-CUT, foi extremamente importante o início das negociações, uma vez que o a situação atual da Cassi exige solução e os funcionários da ativa e aposentados cobram o equacionamento do problema de forma negociada. Na opinião do presidente do Sindicato, o BB apontou os princípios de solidariedade e pós-laboral, que “não abrimos mão”.
Solidariedade e assistência a todos
Na mesa de instalação o BB informou que, inicialmente, as discussões seriam com a governança da Cassi e que entende que as soluções para os problemas apresentados devem passar por uma mesa com as entidades e ampla representação dos funcionários. O BB apresentou um diagnóstico sobre a situação atual da Cassi, o deficit dos últimos quatros anos e, ainda, um quadro comparativo entre as despesas da Cassi com a média das outras entidades de autogestão; em 2014, o deficit foi de R$ 108 milhões. Os representantes do BB afirmaram que os problemas de gestão apontados não se referem a um período específico e os representantes dos funcionários lembraram que os problemas de gestão são comuns entre indicados pelo Banco e eleitos e alguns problemas são de longa data.
O BB reconheceu que a atual diretoria tem manifestado coragem em atacar alguns problemas crônicos de gestão, mas que é necessário aprimorar mais ainda os processos, citando as questões envolvendo negociação com prestadores e regulação, algo que os eleitos também têm apontado nos boletins “Prestando contas Cassi”. Alguns consensos foram apontados, como por exemplo, o de que é melhor investir na prevenção da saúde dos funcionários.
Nos debates também ficou acertado que a continuidade dos trabalhos deve contar com a participação dos dirigentes eleitos da Cassi, com o objetivo de auxiliar no debate. Os representantes dos funcionários apontaram que deve ser mantido o princípio da solidariedade e também a assistência aos funcionários ativos e aposentados pela Cassi. Neste ponto do debate, o BB afirmou que o modelo de solidariedade deve ser aperfeiçoado, mas não apresentou nenhuma proposta específica sobre o tema. O Banco também fez uma apresentação sobre os valores da contribuição patronal e de funcionários à Cassi e seus impactos no balanço financeiro da instituição. Especificamente sobre o balanço, o BB informou que devido a Deliberação CVM 695/2012 que remete ao Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 33(R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de benefícios a empregados, o provisionamento no balanço do Banco referente aos benefícios da Cassi aos empregados chega ao montante de 5,8 bilhões de reais.
O BB afirmou que não há interesse em retirar a assistência aos funcionários aposentados, mas que para construir uma proposta de consenso, o debate deve passar pela busca de alternativas para o tratamento do pós-laboral.
A mesa de negociações terá continuidade nesta terça-feira, dia 19, com reunião em Brasília.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Guina Ferraz
18/05/2015
Negociação sobre a Cassi começa com muito debate; sem propostas
Banco do Brasil