Mais de 500 trabalhadoras participaram o 8º Encontro Nacional das Mulheres da CUT, realizado entre os dias 27 e 29 de março último em Brasília; entre elas, a diretora do Sindicato, Elisa Ferreira. O Encontro contou ainda com a participação da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
Três grandes temas permearam o debate: divisão sexual do trabalho; democracia, reforma política e luta feminista; e paridade.
Divisão sexual do trabalho: Para a diretora Elisa, que foi eleita delegada ao Encontro Nacional durante o Estadual realizado entre os dias 8 e 9 de março, em São Paulo, existe uma falsa separação entre o mundo da produção e o mundo da reprodução, “como se um não dependesse do outro. O capitalismo depende do trabalho reprodutivo para sua sobrevivência, mas não o valoriza”. O Encontro, segundo a diretora do Sindicato, apontou vários caminhos para romper essa divisão: “fortalecer a luta por responsabilidades familiares compartilhadas; por escolas e creches em tempo integral; por políticas públicas de enfrentamento da questão; desconstruir os papéis tradicionais de gênero; por redução da jornada de trabalho sem redução do salário; e exigir compromisso dos homens com essas bandeiras”.
Democracia e luta feminista: “trata-se de alterar, na correlação de forças políticas, a função e o papel do Estado, que refletem os valores culturais da sociedade assim como reproduzem as relações de poder”, destaca a diretora do Sindicato. Como exemplo, Elisa cita a violência doméstica. “Durante muito tempo a discussão do tema ficou restrita ao seguinte ponto: se pertencia ao âmbito privado ou público”. A diretora do Sindicato destaca que outra discussão importante refere-se aos meios de comunicação: “quem detém o poder de interpretar a realidade”;
Paridade: No âmbito da CUT, a paridade foi conquistada no último congresso da central. A diretora Elisa observa: “é um tema transversal, uma condição essencial para o avanço da luta das mulheres em todos os fóruns. A classe trabalhadora tem dois sexos. Enquanto a direção política não refletir esses dois sexos, a política não será democrática”.
Marcha das Margaridas
Nos dias 11 e 12 de agosto será realizada a versão 2015 da Marcha das Margaridas, em Brasília. Realizada desde 2000, a Marcha deste ano terá como lema: “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Fotos: Guina