Na retomada da mesa permanente de negociação, realizada no último dia 24, a Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil discutiram temas como o pagamento pela pausa obrigatória de 15 minutos às mulheres; a ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o regime de trabalho de advogados, arquitetos e engenheiros; a forma de recebimento do dinheiro referente ao vale transporte, mais contrações, explicações sobre o corte de 3 mil vagas na dotação (clique), abertura de negociação sobre a Cassi, dentre outros pontos. O presidente do Sindicato, Jeferson Boava, participou como representante da Federação dos Bancários de SP e MS. “Foram tratados vários temas e todos serão discutidos nos locais de trabalho”, esclarece o presidente do Sindicato.
15 minutos para as mulheres: O Supremo Tribunal Federal impôs a obrigatoriedade das funcionárias do Banco do Brasil de cumprirem pausa de 15 minutos durante a jornada de trabalho de seis horas. Apesar de a determinação constar na CLT, o BB não regulamentou esse período no ponto eletrônico. Consequentemente, as funcionárias que cumpriram (ou cumprirem) hora-extra tiveram (e terão) desconto de 15 minutos. Os representantes dos funcionários cobraram a regularização no ponto eletrônico e que o BB efetue o pagamentos de todas as horas já realizadas. “Diante do passivo trabalhista, o tema exige discussões imeditas”, destaca o presidente do Sindicato, Jeferson Boava.
Advogados, arquitetos e engenheiros: O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal move ação obrigando o Banco do Brasil a migrar para o cargo de escriturário, por meio de concurso externo, os analistas jurídicos, de engenheira ou arquitetura.
Vale Transporte: Na assinatura do acordo aditivo à CCT, o BB se comprometeu a pagar o vale transporte em dinheiro, mas garantiu a opção de reverter os créditos para cartão magnético. No entanto, não cumpriu o que foi acordado. No momento, os funcionários só tem a possibilidade de receber em dinheiro. Os representantes dos funcionários cobraram o equacionamento do problema.
CCP: Termina em 21 de maio o programa vigente de Comissão de Conciliação Prévia (CCP) direcionada aos funcionários que pedem demissão. O BB vai apresentar novo modelo. Os representantes dos funcionários reivindicaram ajustes.
Certificação e ascensão de administradores na rede varejo: O BB apresentou projeto sobre o tema. Os representantes dos funcionários questionaram alguns pontos, principalmente a linha de corte de 5% do total de gestores que automaticamente serão rebaixados de função. Para os demais, em vez da perda da comissão, terão um rebaixamento na carreira durante o período de avaliação. E mais: O funcionário também receberá uma certificação. Se for negativa, o funcionário será deslocado para o cargo logo abaixo ao atual em vez de voltar a ser escriturário. “É inaceitável uma linha de corte pré-definida”, avalia o presidente do Sindicato.
Reestruturação na Gecex: O BB havia informado que os funcionários envolvidos na reestruturação do setor não sofreriam prejuízos. No entanto, ocorreu o inverso com assistentes, com jornada de oito horas, que foram obrigados a migrar para as seis horas.
Triagem: A Comissão Executiva também apresentou à mesa as denúncias de que os caixas estão sendo orientados a não aceitar transações (pagamento de contas, saques ou depósitos) com valor inferior a R$ 800,00 empurrando assim os usuários para o autoatendimento. O BB afirmou que o projeto tem o objetivo de orientar os clientes a utilizarem os canais alternativos, mas o cliente tem total liberdade para efetivar as transações no caixa. (clique)
Escritório de negócios: O BB apresentou ainda um piloto de escritório de negócios com atendimento remoto para clientes Pessoa Física do segmento estilo e personalizado e com horário ampliado das 7h à meia-noite. O piloto será implementado em Joinville (SC) no dia 6 de abril.
Hora-extra: Para quem optou pela função gratificada de seis horas no novo plano de funções, o BB anunciou que o acordo acabou e não haverá prorrogação.
Trainee: Também foi apresentado o Programa Trainee BB para recrutar funcionários com até cinco anos de carreira e que, ao final do processo de seleção e após um ano de estágio serão nomeados para o cargo de Assessor em UE – Unidade Estratégica.
Previ, Cassi e Caref: Os representantes dos funcionários entregaram três ofícios ao BB: um requisitando a devolução da contribuição patronal no plano Previ Futuro ao funcionário que se desligou; outro cobrando reunião para discutir o deficit da Cassi; e um terceiro requisitando a revisão do resultado do inquérito administrativo contra a funcionária e dirigente sindical Juliana Publio. Eleita recentemente ao Caref, Juliana foi suspensa por 20 dias após a conclusão de um inquérito administrativo em que o Banco do Brasil questiona a sua atuação como delegada sindical na luta contra a reestruturação da Gecex (Gerência de Comércio Exterior).
Fotos: Augusto Coelho
Fonte: SEEB São Paulo