De saída da presidência da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda afirmou na semana passada (12) que é pessoalmente contra a abertura de capital do banco e defendeu que faria mais sentido levar à bolsa alguma unidade, como a Caixa Seguros. “A minha opinião é que não vejo nenhum sentido em fazer IPO”, afirmou a jornalistas durante apresentação do balanço do quarto trimestre, depois de ser questionado. Hereda relatou que sua posição foi levada à presidente Dilma Rousseff. “Discutimos que existem outras oportunidades. Seguros, por exemplo, é uma oportunidade que deve ser trabalhada, IPO da Caixa Seguros ou coisa semelhante.” “Não vou falar pela presidenta, estou falando do que eu conversei com ela. Abrir capital não é panaceia, tem de saber por que vai abrir”, acrescentou. Hereda argumentou que a Caixa tem um papel contra cíclico importante para o Brasil. “O que seria desse país se tivéssemos feito a mesma coisa que os bancos privados? Alguém fez as contas do que seria do PIB do país?”, questionou.
Crédito
Após alcançar 20% de participação no mercado de crédito, o plano da Caixa Econômica Federal é trabalhar para sustentar esse patamar, afirmou Hereda. “Duplicamos nosso market share em relação a 2009”, destacou Hereda em entrevista a jornalistas para apresentar o balanço do quarto trimestre. “Queria dizer aos senhores que estamos muito satisfeitos com os resultados de 2014. Agora temos o desafio de sustentabilidade.” Ele também afirmou que o banco não precisará de aporte neste ano e que a previsão é de inadimplência “sob controle” nos próximos meses. A carteira de crédito da Caixa mostrou a maior expansão entre os cinco maiores bancos brasileiros, com elevação de 22,4% em 12 meses e de 5% no trimestre. O índice de inadimplência ficou em 2,56%, com recuo de 0,17 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas alta de 0,26 sobre o mesmo intervalo de 2013.
(Fonte: Carolina Mandl | Valor)