O Itaú anunciou ontem (25) que a área operacional do segmento Empresarial será desativada em todo o país; em Campinas a medida atinge as denominadas Emp. 2 e Emp. 3. Aos assistentes (ex-conegs), gerentes operacionais e regionais, segundo comunicação verbal de superiores do segmento empresarial, foi “oferecido” um Plano de Demissão Voluntária, o chamado PDV. O prazo de adesão termina na próxima semana, mais especificamente no dia 3 de dezembro, e envolve aproximadamente 600 funcionários no país. A proposta básica do PDV, segundo informações oficiosas, prevê indenização de até cinco salários (depende do tempo de banco), um ano de pagamento de vale alimentação e extensão do convênio médico por 36 meses, incluindo o tempo previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Sindicatos querem negociar
O Itaú, no entanto, não comunicou nenhum sindicato bancário, nem mesmo a Federação dos Bancários de SP e MS e nem a Contraf-CUT. Diante desse descaso ao diálogo, o Sindicato orienta os bancários envolvidos no processo de fechamento das Emp. 2 e Emp. 3 a não aceitarem nenhuma proposta. Para o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Mauri Sérgio, “enquanto o Itaú não esclarecer, formalizar a proposta e abrir negociação com as entidades representativas dos trabalhadores bancários, ninguém do segmento desativado deve fazer adesão ao PDV”.
E mais: segundo denúncias, o Itaú estaria “oferecendo” o PDV aos funcionários detentores de “estabilidade” convencional. “O que é um verdadeiro absurdo. O Sindicato inclusive não homologa demissões de trabalhadores com estabilidade”, destaca diretor do Sindicato, Mauri Sérgio.
O Sindicato luta contra as demissões, defende a manutenção do nível de emprego e exige negociação. “É inaceitável uma decisão dessa magnitude por parte de um banco que lucrou R$ 15,696 bilhões em 2013, o maior da história dos bancos brasileiros de capital aberto. E, entre os meses de janeiro e setembro deste ano, os ganhos do Itaú somam R$ 14,722 bilhões”, avalia o diretor do Sindicato.
Campanha de Valorização, lançada no dia 18 de abril de 2013. Mobilização contra as demissões; em defesa do emprego bancário (Foto: Júlio César Costa)