O Banco Mercantil do Brasil negou qualquer pagamento a título de Participação nos Resultados (PR), durante rodada de negociação com os sindicatos realizada ontem (12), em Belo Horizonte. O BMB alegou falta de “condições financeiras”. No prazo de praticamente um mês, é a segunda vez que o Mercantil do Brasil nega a PR nos moldes do HSBC, que pagou R$ 3 mil; a primeira negativa foi dada em rodada realizada no dia 14 de outubro passado. O BMB, como o HSBC, teve prejuízo no primeiro semestre; no caso do Mercantil, R$ 93 milhões. O que desobriga a pagar a antecipação da PLR, conforme prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Programa Próprio: discriminação
Mesmo registrando prejuízo, o Mercantil do Brasil informou que neste mês de novembro vai pagar os valores do Programa Próprio que mantém para a área de negócios. “Não somos contra remunerar os gerentes. Porém, a medida discrimina os demais funcionários. O correto era dividir o ‘bolo’ com todos os funcionários. Afinal, o trabalho não foi em equipe?”, avalia e indaga diretora do Sindicato, Maria Aparecida (Cida).
Aumento da PDD reduz lucro
Conforme análise dos últimos balanços do BMB, feita da Subseção do Dieese na Contraf-CUT, o que chama a atenção é uma evolução muito expressiva das provisões para devedores duvidosos (PDD). Em 2012 foi contabilizado o valor de R$ 471,45 milhões. Em 2013, o montante pulou para R$ 664,32 milhões. Somente no primeiro semestre de 2014 o banco lançou R$ 409,22 milhões.
Durante a negociação, os sindicatos indagaram o BMB sobre esse comportamento. Afinal, a PDD é uma conta de despesa e reduz o lucro líquido das empresas. O Mercantil do Brasil apresentou algumas justificativas para essa contabilização, inclusive a inadimplência em sua carteira de pessoa jurídica. A Contraf-CUT estuda a possibilidade de recorrer ao Banco Central para obter detalhes desses registros, até porque é a instituição responsável pela regulamentação das PPD.
Fonte: Contraf-CUT