A Fenaban apresentou o resultado do II Censo da Diversidade (clique) durante a mesa temática de Igualdade de Oportunidades, realizada no último dia 3. Os dados foram também disponibilizados no site da Febraban; porém, sem citar a participação dos sindicatos na pesquisa. Conquista da Campanha Nacional de 2012, o II Censo foi realizado entre os dias 17 de março e 9 de maio deste ano; o primeiro censo foi realizado em 2008.
Dados incompletos
Segundo análise preliminar da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf-CUT, com a assessoria do Dieese, apesar de tanta espera, os dados exibidos estão incompletos. A Fenaban não separou os indicadores por bancos públicos e privados, impedindo a identificação das desigualdades, pois há diferenças no setor.
População LGBT
O II Censo foi respondido por 187.411 bancários, de 18 instituições financeiras, o que representa 41% da categoria. Uma novidade positiva foi a inclusão de perguntas voltadas para a população LGBT, reivindicadas pelos sindicatos , buscando verificar a orientação sexual e a identidade de gênero.
De acordo com os dados apresentados, 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais. O II Censo mostra que 85% dos bancários são heterossexuais. Apenas 12,4% não responderam; o que significa baixa rejeição ao tema. Em relação ao estado conjugal, 61,6% disseram que estão casados ou em união estável com uma pessoa de sexo diferente e 1,1% dos bancários disseram que estão casados ou em união estável com uma pessoa do mesmo sexo.
População Negra
Conforme os dados do II Censo houve avanço no número de negros no setor bancário. Eram 19% de negros na primeira pesquisa. Agora, 24,7% dos entrevistados se consideram negros.
Os funcionários negros com curso superior e acima subiram de 59% para 74,5% entre os dois levantamentos. A grande falha, no entanto, é que não há um indicador voltado para a situação das mulheres negras nas instituições bancárias.
Mulheres ainda ganham menos
As mulheres apresentam melhor qualificação educacional em comparação aos homens nos bancos. No I Censo, 71,2% das bancárias tinham curso superior completo e acima. No levantamento deste ano, as bancárias com essa formação subiram para 82,5%. Para os homens, esse aumento foi de 64,4% para 76,9%.
Os dados apontam, porém, que as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Nos seis anos que separam os dois censos, a diferença entre o rendimento médio das mulheres e dos homens caiu somente 1,5 ponto percentual. O rendimento médio mensal delas em relação ao deles era de 76,4% em 2008 e agora é de 77,9%.
Pessoas com deficiência
Apesar de a Fenaban divulgar que ampliou as contratações de pessoas com deficiência, passando de 1,8% para 3,6% nos últimos seis anos, o número de bancários com deficiência motora caiu de 61,4% em 2008 para 60,7% em 2014. No entanto, os dados do II Censo mostram que houve crescimento na admissão de pessoas com deficiência auditiva, a qual subiu de 12,2% para 22,8% e com deficiência visual de 3,9% para 11,8%.
Faixa etária e escolaridade
Entre 2008 e 2014, o número de funcionários e funcionárias do setor bancário com mais de 25 anos de trabalho passou de 10,4% para 14,5%. Na faixa de 45 a 54 anos, o percentual passou de 19,6% para 23,3% e na faixa de 55 anos ou mais, a oscilação foi de 1,3% para 6,9%. Os bancários com curso superior completo e acima (mestrado, doutorado, pós-graduação), que representavam 67,7% em 2008, passaram a 79,6% em 2014. Se forem somados os que têm curso superior incompleto, incluindo os que ainda estão estudando em faculdades, a participação passa para 95,8%.
Análise dos dados
A Contraf-CUT, juntamente com a assessoria do Dieese, analisará todos os dados divulgados pela Fenaban e apresentará posteriormente uma reflexão crítica para o Comando Nacional.
Fonte: Contraf-CUT