A Campanha Nacional de 2014 termina consolidando, em 11 anos consecutivos, aumento real de salários. Em números, a greve de uma semana, entre os dias 30 de setembro a 6 de outubro, assegurou ganho de 2,02% acima da inflação nos salários e PLR (o índice de reajuste de 8,5%), 2,5% nos pisos (índice de reajuste de 9%), e 5,5% no vale-refeição (índice de reajuste de 12,2%). E mais: somados o vale-alimentação (R$ 431,16 ao mês) e vale-refeição (R$ 26,00 ao dia ou R$ 572,00 ao mês) totalizam ganho mensal de R$ 1.003,16. Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, “A campanha e, consequentemente, seu momento maior, a greve, consolidou o reajuste acima da inflação, o aumento real de salários. A categoria neste ano, vale resgatar, garantiu o maior ganho real não escalonado desde 1995. Parabéns aos bancários de Campinas e Região pela efetiva participação em todas as etapas da Campanha, no processo de mobilização”.
Metas, assédio moral
Jeferson Boava destaca que a forte mobilização dos bancários não resultou apenas em ganhos econômicos, mas também no que se refere as chamadas cláusulas sociais, mais especificamente, metas e assédio moral. Além da proibição da publicação de ranking individual de resultados e da cobrança de metas por parte do gestor via SMS (conquistas da Campanha em 2013), na nova cláusula estará previsto também o veto à cobrança de resultados por qualquer meio eletrônico e plataforma digital. Em outra cláusula, os bancos assumem o compromisso para que o “monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”. Segundo o presidente do Sindicato, “a partir de agora o bancário ameaçado, pressionado para cumprir metas, que adoece em decorrência da excessiva cobrança, terá mais um canal para denunciar os abusos, mais uma ferramenta a ser aplicada via Sindicato. Os bancos terão prazo para dar uma resposta”.
Ainda sobre as cláusulas sociais, a Campanha garantiu manutenção e avanços como o pagamento da certificação CPA 10 e CPA 20, estabilidade para gestante, casais homoafetivos, dentre outros pontos (veja quadro na página 3). “Esse processo de avanços, conquistas ano a ano, reflete a estratégia acertada do Comando em conduzir a Campanha nacional, norteada pela unidade da categoria; ou seja, bancos privados e públicos juntos”, avalia Jeferson Boava.
Dias parados
Quanto aos dias parados, o acordo aprovado em assembleia realizada no último dia 6, encerrando assim a greve, estabelece compensação de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.
HSBC: PPR
Diante do prejuízo no primeiro semestre, que impede o pagamento de PLR, os sindicatos reivindicaram ao HSBC o pagamento de participação nos resultados. O banco inglês concordou em pagar R$ 3 mil sob a forma de PPR: R$ 2 mil em outubro e R$ 1 mil em fevereiro de 2015.
Itaú: PCR
Na antecipação da PLR, que será paga em até 10 dias após a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), os bancários do Itaú receberão também o Programa Complementar de Remuneração (PCR), equivalente a R$ 2.080,00.
Foto: Júlio César Costa / Denny Cesare
08/10/2014
Greve consolida aumento real
Campanha Nacional