A greve da categoria, que começou forte ontem (30), cresceu hoje (1º/10) em Campinas e Região, fechando 155 locais de trabalho, sendo 83 unidades em Campinas e 72 unidades em 28 cidades da base do Sindicato. Ontem a greve fechou 141 locais de trabalho, sendo 79 em Campinas e 62 em 23 cidades da base do Sindicato.
Deflagrada em assembleia realizada no último dia 29, que rejeitou a proposta de reajuste de 7,35% sobre os salários e 8% sobre os pisos apresentada pela Fenaban no último dia 27, a greve é por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira, dia 2 de outubro, o Sindicato realiza assembleia para avaliar o movimento da categoria. A assembleia será na sede do Sindicato, às 19h. “A greve está forte e ampliou nesse segundo dia, tanto em Campinas como na Região. Os bancos permanecem mudos; a categoria disposta a lutar pelos seus direitos”, destaca o vice-presidente do Sindicato, Mauri Sérgio.
Assembleia dia 2 de outubro
Para avaliar a greve, o Sindicato realiza nova assembleia nesta quinta-feira, dia 2 de outubro, às 19h, na sede.
Quadro da greve
30 de setembro: 1º dia
Campinas: 79 locais de trabalho fechados.
Região: 62 locais de trabalho fechados.
Cidades: Campinas, Águas de Lindóia, Americana, Amparo, Arthur Nogueira, Cabreúva, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Monte Mor, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio de Posse, Serra Negra, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Quadro da greve
1º de Outubro: 2º dia
Campinas: 83 locais de trabalho fechados.
Região: 72 locais de trabalho fechados.
Cidades: Campinas, Águas de Lindóia, Americana, Amparo, Arthur Nogueira, Cabreúva, Cosmópolis, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Louveira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Morungaba, Monte Mor, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio de Posse, São João da Boa Vista, Serra Negra, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial de 12,5%.
PLR: três salários mais R$ 6.247.
Piso: R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese em valores de junho).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para todos, resultando no fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Proposta econômica dos bancos apresentada no dia 27 de setembro, durante a oitava rodada
Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.240,89 (8% – aumento real de 1,55%).
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.779,97 (8% – aumento real de 1,55%).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,55% de aumento real).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51
Auxílios
Auxílio refeição – R$ 24,88.
Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 426,60.
Auxílio creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 355,02.
Auxílio creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 303,70.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 137,97.
Requalificação profissional – R$ 1.214,00.
Auxílio funeral – R$ 814,57.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 85,03.
Cláusulas sociais: insuficientes
O Comando Nacional dos Bancários considerou insuficientes as propostas para as reivindicações não econômicas da categoria, apresentadas pela Fenaban no último dia 17, durante a sexta rodada de negociações da Campanha 2014.
Certificação CPA 10 e CPA 20 – Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.
Adiantamento de 13º salário para os afastados. Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.
Reabilitação profissional – Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.
Monitoramento de resultados – Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.
Gestantes – As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.
Casais homoafetivos – Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.
Novas tecnologias – Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
Segurança bancária – Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Reivindicações ignoradas pela Fenaban
O Comando Nacional condenou na mesa de negociação realizada no último dia 17 a ausência de propostas para várias reivindicações discutidas com os bancos, tais como:
Fim das metas abusivas.
Emprego – O Comando insistiu na necessidade de mais contratações, na adoção de medidas para preservar o emprego, como a proibição de demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT), e o fim da rotatividade e das terceirizações.
Segurança – Os bancários querem estender a todo o país as medidas de segurança testadas e aprovadas no projeto-piloto de Recife, Olinda e Jaboatão.
Para o Comando, a proposta de criar novos projetos-pilotos só deve ser implementada com mais medidas de segurança, buscando testar outros equipamentos.
Igualdade – O Comando refirmou a necessidade de instituir mecanismos para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres, como demonstrou o II Censo da Diversidade (veja no verso). Uma dessas medidas deve ser a implementação de PCS em todos os bancos. Mas a Fenaban diz que PCS é um problema de cada banco e se recusa a incluir o tema na Convenção Coletiva.
PCMSO – Instituir avaliação da qualidade dos exames médicos de retorno, de mudança de função e periódico.
Os bancos disseram que o assunto deve ser debatido na mesa temática sobre saúde do trabalhador.
Ampliação da cesta alimentação para afastados do trabalho.
Fim da revalidação de atestados médicos. A Fenaban alega que pode ser feito pelos médicos do trabalho de cada banco e que não tem acordo.
Pausas e revezamentos no autoatendimento. Após pressão do Comando, os bancos ficaram de rediscutir a concessão de rodízio para quem trabalha no autoatendimento.