Apesar de convocar a quinta rodada de negociação da pauta especifica, que aconteceu nesta quarta-feira, dia 24, em Brasília, a Caixa Federal não apresentou uma proposta completa, que contemple pontos prioritários como condições de trabalho, isonomia, valorização do piso salarial, horas extras e promoção por mérito. E mais: não garantiu ao Comando Nacional dos Bancários o pagamento da PLR Social. “A Caixa Federal manteve a mesma postura manifestada na quarta rodada, no último dia 12. Naquela ocasião, nenhum avanço. Inclusive nem data desta quinta rodada havia sido marcada. No início desta semana, a Caixa Federal resolveu marcar rodada de negociação, mas não apresentou uma proposta que atenda os anseios dos empregados. Ou seja, a exemplo da Fenaban e Banco do Brasil, o que foi proposto até agora é insuficiente”, avalia o diretor do Sindicato e representante da Federação dos Bancários de SP e MS na mesa, Carlos Augusto Silva (Pipoca). Segundo ele, o fórum de decisão é a assembleia da categoria, que acontece nesta quinta-feira, dia 25, às 19h, na sede do Sindicato.
A proposta apresentada nesta quarta-feira prevê a renovação da cláusula sobre ingresso na Caixa Federal (REF 202) e enquadramento após a conclusão do contrato de experiência (REF 203). O Comando cobrou a aplicação do índice que for fechado com a Fenaban para o piso salarial da categoria, seja válido no PCS. Os negociadores da Caixa Federal negaram atender a reivindicação, alegando que o banco não adota o piso e possui um plano de carreira com 36 níveis.
Outro ponto debatido foi a promoção por mérito. A Caixa Federal não definiu até agora os critérios que serão usados. O Comando argumentou que, como a sistemática não foi debatida em tempo hábil, a Caixa Federal deve se comprometer a pagar dois deltas para seus empregados, em janeiro de 2015, a título de merecimento, com compromisso de fechar a próxima sistemática em março de 2015. A Caixa Federal vai analisar.
PLR Social Os negociadores da Caixa Federal alegaram que não tem uma posição sobre a manutenção do pagamento da PLR Social, porque o assunto está sendo negociado no Ministério da Fazenda. Conquista da Campanha 2010, a PLR Social corresponde ao percentual de 4% do lucro líquido, a ser distribuído linearmente entre todos os empregados. Os negociadores da Caixa Federal também descartaram a discussão sobre a isonomia entre novos e antigos empregados.
Universidade Caixa A Caixa Federal propôs disponibilizar o acesso ao portal da Universidade Caixa pela Internet. O Comando criticou o posicionamento da Caixa Federal porque representa um retrocesso – o movimento dos empregados tem lutado para que os cursos sejam feitos dentro da jornada de trabalho.
Graduação A Caixa Federal aceitou recolocar no acordo a concessão de bolsas de incentivo a elevação da escolaridade, sendo até 300 para graduação, até 500 para pós e até 800 para idiomas. Os negociadores da Caixa Federal alegam que a procura por cursos caiu e ficaram de apresentar estudo realizado para redimensionar o programa. A Caixa Federal havia suprimido o benefício de forma unilateral no primeiro semestre desse ano.
Fórum Condições de Trabalho A Caixa Federal entregou ao Comando a proposta de atuação do Fórum de Condições de trabalho, que será formado por representantes do banco e da Contraf-CUT. Serão constituídos fóruns regionais e um fórum nacional, que terão como atribuição construir ações preventivas e para solucionar problemas relativos às condições de trabalho.
GT Saúde: O GT Saúde terá de apresentar até 15 de dezembro , com suporte de consultoria especializada, proposta de metodologia para utilização de superávit em benefício do Saúde Caixa. Ficou definido também que não haverá carência para atendimento em pronto socorro.
Confira outros pontos da proposta da Caixa:
– Manutenção, no Saúde Caixa, na condição de dependente indireto filhos/enteados com idade entre 21 e 27 anos incompletos que não possuam renda assalariada superior a R$ 1.800,00, sendo excluída a renda proveniente de pensão alimentícia.
– Manutenção, no Saúde Caixa, na condição de dependente direto, os filhos portadores de deficiência permanente e incapazes, com idade superior a 27 anos, enquanto solteiros e sem renda proveniente de salário.
– Renovação da cláusula que garante a isenção de anuidade dos cartões de crédito aos empregados.
– Manutenção do enquadramento dos empregados, no programa de relacionamento para redução dos juros do cheque especial.
– Para efeito de ausência permitida para levar filho ou dependente ao médico, será elevada a idade para até 18 anos e incluído o enteado.
– Manutenção da sistemática de suplementação do auxílio doença pago pelo INSS.
– Renovação da cláusula em que considera como de efetivo exercício os primeiros 15 dias de licença para tratamento de saúde do empregado.
– Será mantida a titularidade da Função Gratificada ou Cargo em Comissão, pelo período da licença de tratamento de saúde ou licença por acidente de trabalho até o limite de 180 dias.
– Isenção de tarifas para empregados ativos e aposentados.
– Garantia da continuidade da licença maternidade até o término do período previsto inicialmente, em caso de falecimento da mãe e sobrevida do filho.
– A Caixa Federal propõe reescrever a cláusula referente a Licença Adoção, facultando a qualquer dos adotantes o gozo da licença, incluindo, ainda os 60 dias concedidos pelo programa “Empresa Cidadã. O outro adotante poderá gozar o período equivalente a licença paternidade.
– Ampliação para até três dias do descanso remunerado para os empregados que cumprirem um ciclo de trabalho em Agências Barco.
Fonte: Fenae
Foto: Augusto Coelho