O Comando Nacional dos Bancários considerou insuficientes as propostas para as reivindicações não econômicas da categoria, apresentadas pela Fenaban nesta quarta-feira 17, em São Paulo, durante a sexta rodada de negociações da Campanha 2014. Nesta sexta-feira, 19, os bancos apresentam contrapropostas para as cláusulas econômicas, incluindo índice de reajuste e PLR. “Apesar de alguns pontos positivos, as propostas não contemplaram todas as pendências de rodadas anteriores; entre elas, emprego, metas abusivas, segurança, melhores condições de trabalho e igualdade de oportunidades”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava, que participou da rodada.
As propostas dos bancos
A redação das propostas será entregue nesta sexta-feira, dia 19, junto com as cláusulas econômicas. Mas os conteúdos têm o seguinte teor:
Certificação CPA 10 e CPA 20 – Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.
Adiantamento de 13º salário para os afastados. Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.
Reabilitação profissional – Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.
Monitoramento de resultados – Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.
Gestantes – As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.
Casais homoafetivos – Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.
Novas tecnologias – Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
Segurança bancária – Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Reivindicações ignoradas pelos bancos
O Comando Nacional condenou na mesa de negociação a ausência de propostas para várias reivindicações discutidas com os bancos, tais como:
Fim das metas abusivas.
Emprego – O Comando insistiu na necessidade de mais contratações, na adoção de medidas para preservar o emprego, como a proibição de demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT), e o fim da rotatividade e das terceirizações.
Segurança – Os bancários querem estender a todo o país as medidas de segurança testadas e aprovadas no projeto-piloto de Recife, Olinda e Jaboatão. Para o Comando, a proposta de criar novos projetos-pilotos só deve ser implementada com mais medidas de segurança, buscando testar outros equipamentos.
Igualdade – O Comando refirmou a necessidade de instituir mecanismos para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres, como demonstrou o II Censo da Diversidade. Uma dessas medidas deve ser a implementação de PCS em todos os bancos. Mas a Fenaban diz que PCS é um problema de cada banco e se recusa a incluir o tema na Convenção Coletiva.
PCMSO – Instituir avaliação da qualidade dos exames médicos de retorno, de mudança de função e periódico. Os bancos disseram que o assunto deve ser debatido na mesa temática sobre saúde do trabalhador.
Ampliação da cesta-alimentação para afastados.
Fim da revalidação de atestados médicos. A Fenaban alega que pode ser feito pelos médicos do trabalho de cada banco e que não tem acordo.
Pausas e revezamentos no auto-atendimento. Após pressão do Comando, os bancos ficaram de rediscutir a concessão de rodízio para quem trabalha no auto-atendimento.
Calendário
19 – Sétima rodada de negociação com a Fenaban.
22 – Terceira rodada de negociação específica com Santander (a confirmar).
26 – Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil.
Foto: Jailton Garcia