A Fenaban apresentou apenas dados preliminares, parciais e fragmentados do II Censo da Diversidade, realizado entre os dias 17 de março e 9 de maio, durante a quinta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, ocorrida hoje (16), em São Paulo. A Fenaban informou que os dados serão discutidos internamente para incluir mudanças e posteriormente será feita nova apresentação do Censo, conquista da Campanha 2012. “O compromisso assumido na segunda rodada, realizada no último dia 28 de agosto, quando se discutiu o tema Igualdade de Oportunidades, não foi respeitado. Naquela ocasião, a Fenaban informou que os dados do II Censo estariam disponíveis na segunda quinzena de setembro. Não estavam. A Fenaban apresentou apenas uma amostra”, destaca o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava, que participou da rodada.
Nesta quarta-feira, dia 17, acontece a sexta rodada, conforme calendário definido no último dia 11. Na pauta, pendências sobre condições de trabalho, emprego, segurança e igualdade de oportunidades. Na sexta-feira, dia 19, a Fenaban apresenta a chamada proposta global.
Dados do II Censo
O II Censo contou com a participação de 187.411 bancários. O que representa 41% de 458.922 bancários de 18 bancos que participaram da pesquisa. A categoria está dividida entre 51,7% de homens e 48,3% de mulheres.
Discriminação contra as mulheres
Os bancos não entregaram nenhum documento sobre o II Censo da Diversidade. Mas pelos fragmentos exibidos, não houve alterações significativas nas discriminações de gênero em relação à remuneração. As mulheres recebem hoje 77,9% do salário médio dos homens, apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo, realizado em 2008.
Preconceito de raça
Segundo os dados preliminares da Fenaban, o II Censo revelou que, do total dos bancários que responderam à pesquisa, 74,6% são brancos e 24,9% negros. Isso demonstra que houve aumento de bancários de cor negra nos bancos desde 2008, quando 19% da categoria assim se identificavam.
A discriminação racial em relação à remuneração, no entanto, persiste no sistema financeiro, embora tenha havido uma pequena melhora desde o primeiro censo. Em 2008, o salário médio dos negros era 84,1% à dos brancos. Hoje é o equivalente a 87,3%, conforme os números informados.
Orientação sexual
Uma das novidades do II Censo foi a inclusão de uma variável de orientação sexual para medir a participação da população LGBT na categoria bancária. Do total dos que responderam ao questionário, 85,0% se declararam heterossexual, 1,9% assumiram a homossexualidade, 0,6% disseram ser bissexual, 12,4% não responderam e 0,1% assinalaram outra opção.
Os números parciais da Fenaban indicam ainda que 1,1% dos bancários que responderam à pesquisa disse ter cônjuge do mesmo sexo. Desses, apenas 38% fazem uso dos benefícios conquistados em 2009 com a cláusula de isonomia de tratamento para casais homoafetivos, como por exemplo a adesão ao plano de saúde.
Adoecimentos no trabalho
O Comando e a Fenaban retomaram nesta quinta rodada o debate sobre os afastamentos do trabalho, a partir dos dados envolvendo 11 municípios do país, que foram inicialmente apresentados no GT sobre Adoecimentos, conquistado na Campanha 2013. Os negociadores dos bancos esclareceram dúvidas do Dieese sobre os dados informados e se comprometeram a enviar novos números na próxima semana.
Calendário
17 – Sexta rodada de negociação com a Fenaban
19 – Sétima rodada de negociação com a Fenaban
26 – Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
Foto: Jailton Garcia