A Fenaban negou hoje (03/09) que os 18.023 postos de trabalhos fechados em 2013 representam demissões em massa no setor, durante a terceira rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, em São Paulo. Para os bancos trata-se de “ajustes pontuais”. Em contrapartida, a Fenaban defendeu a (des)regulamentação do trabalho terceirizado, que pode ocorrer através do Projeto de Lei (PL) 4330, que tramita na Câmara dos Deputados, pelo PLS 087 no Senado ou até no julgamento do recurso ingressado pela empresa Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra) no Supremo Tribunal Federal (STF). A suprema corte do país deve definir o conceito de atividade-fim e pode até decidir que as empresas têm ampla liberdade de contratação. “O Comando defendeu a manutenção do nível de emprego e a incorporação à categoria de todos os trabalhadores que fazem serviço tipicamente bancário, mas estão excluídos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Os bancos querem ampliar a terceirização; o Comando quer que os direitos da categoria sejam válidos para todos aqueles que trabalham dentro do sistema financeiro”, destaca o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava, que participou da terceira rodada.
Nesta quinta-feira, dia 4, a rodada continua; na pauta Emprego e Remuneração.
Dados
Estudo do Dieese com base na Rais do Ministério do Trabalho, mostra que os bancos privados fecharam 18.023 postos de trabalho em 2013. E segundo a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), realizada pela Contraf em parceira com o Dieese, outros 3.600 empregos foram cortados de janeiro a julho deste ano.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad/IBGE), 586.765 trabalhadores estavam inseridos no sistema financeiro em 2002. Já em 2011, a mesma pesquisa mostrou que esse número saltou para 1,004 milhão. No entanto, apenas 512 mil bancários eram formalmente contratados pelos bancos em 2012, sob a proteção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Entre 1999 e 2013, as instituições financeiras aumentaram 319% as despesas com trabalhadores terceirizados, tendência que vem se acelerando nos últimos anos, segundo Relatório Social da Febraban. Se considerarmos os diversos tipos de correspondentes bancários (banco postal, lotéricos, pastinhas, supermercados, drogarias etc.), esses números poderiam ser exponencialmente multiplicados.
Fonte: Contraf-CUT