Reunidos na Conferência Interestadual, realizada nos dias 29 e 30 de maio último na colônia da Usceesp em Suarão/Itanhaém, os 200 delegados aprovaram a manutenção do nível de emprego, saúde, segurança e aumento real como bandeiras prioritárias na Campanha 2014, em plenária final encerrada no início da tarde da última sexta-feira.
Promovida pela Federação dos Bancários de SP e MS, depois de três Erbans (Encontro Regional de Bancários) com a participação de 23 sindicatos filiados, realizados em abril último na colônia de Férias de Caraguatatuba, a Conferência de Itanhaém referendou o formato de Campanhas anteriores; ou seja, unitária, mesa única de negociação com a Fenaban nas questões gerais e mesas específicas com os bancos públicos, em rodadas simultâneas.
No que se refere a PLR, a Interestadual referendou também o Grupo de Trabalho criado pelo Comando Nacional, que vai elaborar um novo formato/modelo. Quanto à saúde, os delegados decidiram propor a criação de uma Norma Regulamentadora (NR) sobre a saúde do bancário, via lei federal, e aprovaram o Protocolo de Combate às Metas Abusivas (proposto pelo Sindicato na Conferência de 2013 e reapresentado neste ano). No item segurança, a Interestadual decidiu propor a extensão do projeto-piloto aplicado, no momento, em Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda (PE), para todo o país. Esse projeto é uma conquista da Campanha de 2012, formalizado em maio de 2013, entre a Fenaban, Contraf-CUT e Sindicato de Pernambuco.
O próximo passo será a 16ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a ser realizada entre os dias 25 e 27 de julho em Atibaia, fórum onde a categoria define a pauta de reivindicações da Campanha. “As resoluções da Conferência de Itanhaém serão apresentadas e defendidas na Nacional. As propostas, cabe ressaltar, foram construídas nos Erbans e com base na Consulta da Campanha 2014, realizada entres os dias 12 e 23 de maio passado na base do Sindicato. Após a definição da pauta pela Conferência Nacional, será iniciado o processo de negociação concomitante com mobilização de toda a categoria; ou seja, bancos públicos e privados”, frisa o presidente do Sindicato, Jeferson Boava. A Conferência reuniu 200 delegados (153 homens e 47 mulheres); desse total, 20 representaram a base do Sindicato.
Representação política vive esgotamento, analisa Davi Zaia
“Vivemos um esgotamento da representação política”. Com essa frase o presidente da Federação dos Bancários de SP e MS, deputado estadual Davi Zaia, abriu sua fala na palestra sobre “Movimentos sociais e representação política”, durante o primeiro dia (29) da Conferência Interestadual, em Itanhaém.
Segundo Zaia, os partidos políticos se perderam em coligações e acordos. “Não existe mais ideias diferentes. Ao chegar ao poder, tudo fica muito parecido. Esse é o sentimento atual da sociedade”. Para o presidente da Federação, esse sinal emitido – ou seja, que a política não resolve os problemas -, exige mudanças. “Esse é o nosso desafio”, destaca.
Davi Zaia comparou o momento atual com a mobilização da sociedade pela redemocratização do país, no final do anos 70 e início dos 80, durante a ditadura militar, instalada em 1964. “Naquele histórico momento a sociedade saiu às ruas exigindo mudanças gerais. O resultado foi uma ruptura no mundo político partidário e sindical”.
O presidente da Federação indagou se hoje temos canais eficientes para a sociedade falar com seus representantes e imediatamente respondeu: “não faltam canais para troca, repasse de informações. O que acontece é que as pessoas não confiam mais. Se existe confiança, o processo se completa”.
Ao final de sua palestra, Davi Zaia destacou que a representação política deve restabelecer a conexão com a sociedade, mas de forma transparente. ”Temos que saber ouvir, interpretar as demandas e apontar alternativas que podem até romper, transformar a ordem que vivemos hoje. Nosso desafio é construir soluções, em sintonia com os representados, com a sociedade”.
Itaú, Bradesco e Santander fecham mais de 22 mil postos de trabalho
Os três maiores bancos privados do país (Itaú, Bradesco e Santander) fecharam 22.454 postos de trabalho entre dezembro de 2011 e março de 2014, segundo estudo apresentado pela técnica do Dieese Regina Camargos, durante palestra sobre “Tendência do Emprego Bancário” no primeiro dia (29) da Conferência Interestadual, organizada pela Federação dos Bancários de SP e MS em Itanhaém. Já os dois maiores bancos públicos (Caixa Federal e Banco do Brasil), segundo a técnica do Dieese, estão na contramão dos privados, porém em ritmos diferentes. Enquanto a Caixa Federal mantém a política de contratação, o BB estagnou; demitiu 1.637 funcionários no período citado acima (maioria, aposentados) e parou de contratar.
Ao analisar essa opção adotada pelos dois bancos públicos, que difere dos privados, Regina Camargos disse que a Caixa Federal e o BB sustentam a concessão de créditos. “Hoje, esses dois bancos públicos respondem por quase 50% dos créditos de toda a economia brasileira. Sem isso, o país estaria parado”.
A técnica do Dieese aponta quatro fatores que podem resultar em mais fechamento de postos de trabalho dentro do sistema financeiro, que passa por nova reestruturação. 1. Terceirização; 2. Correspondente Bancário; 3. Canais Eletrônicos de atendimento (autoatendimento e internet); 4. Novas Tecnologias de Pagamento (mobile bank, via celular). Veja matéria completa (clique).
03/06/2014
Conferência aprova prioridades da Campanha
Emprego, Saúde, Segurança e aumento real