Os bancários da agência Fórum do Itaú em Campinas, transformada em agência de negócios, iniciaram na manhã desta segunda-feira (19) paralisação do atendimento por tempo indeterminado. A exemplo da agência Botafogo, que também virou agência de negócios e entra hoje no sétimo dia de paralisação, a Fórum protesta contra a retirada da porta giratória, com dispositivo de alarme detector de metais.
A paralisação dos funcionários nas duas agências, coordenada pelo Sindicato, tem como objetivo a reinstalação do equipamento de segurança, retirado pelo Itaú ao mudar o perfil da unidade bancária para a denominada Agência de Negócios. Segundo o Banco das famílias Setubal, Vilella e Salles, para justificar a medida, não circula dinheiro em espécie nesse novo modelo de agência. Mas, curiosamente, tem caixas eletrônicos. E mais: em algumas unidades, caso da agência Botafogo, não existe sequer vigilante. A retirada da porta desrespeita a lei municipal nº 7.605 (de 09/09/1993) e a ausência de vigilante fere a lei federal nº 7.102, que trata da segurança em estabelecimentos financeiros e do serviço de vigilância.
Para o vice-presidente do Sindicato, Mauri Sérgio, a medida do Itaú é ilegal. “A decisão do Itaú em retirar a porta giratória e suspender o serviço de vigilância fragiliza o ambiente de trabalho. A atividade bancária é regulamentada e existem normas de segurança. Não podemos aceitar essa alteração, que representa ameaça à vida de clientes, usuários e funcionários. Inclusive o Sindicato já encaminhou pedido de fiscalização aos órgãos competentes”. O vice-presidente se refere ao Procon Campinas, a Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), ligada à Polícia Federal (PF), e à Divisão de Uso e Ocupação do Solo (Duos), da Secretaria Municipal de Urbanismo.
Federação cobra suspensão das Agências de Negócios
A Federação dos Bancários de SP e MS solicitou ao superintendente de Relações Sindicais do Itaú, Marco Aurélio Oliveira, que seja suspensa a implantação das chamadas Agências de Negócios, projetadas sem porta giratória e sem serviço de vigilante. A solicitação foi apresentada durante reunião na sede da Federação, no último dia 14. O superintendente do Itaú reconheceu a vulnerabilidade das agências e se comprometeu em apresentar o pedido à diretoria do Itaú. Um dia antes (13) a Contraf-CUT fez a mesma solicitação ao superintendente Marco Aurélio Oliveira, durante reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e representantes do Itaú.
Dado: Em todo o país, já foram implantadas 200 agências de negócios e mais 150 estão em fase de planejamento.
Fotos: Júlio César Costa