Hoje, em todas as unidades da Caixa Federal, incluindo as áreas meio, o trabalho é intenso dado a falta de empregados. E o ritmo das novas contratações não está em sintonia com o volume de serviços, tarefas. A expansão da rede, por exemplo, não equaciona o grave problema; pelo contrário. As novas unidades vivem a mesma situação porque tem uma lotação reduzida.
Pode-se dizer até que a expansão anula a contratação. O velho problema permanece. Isso porque, além da pressão pelo cumprimento de metas (vendas de produtos), presente em todos os bancos, tem o chamado atendimento social. Afinal, a Caixa Federal executa as políticas públicas (Minha Casa, Minha Vida, Seguro Desemprego, FGTS). Nada contra até porque esse é o papel de uma instituição pública. Porém, é necessário contratar novos empregados para diminuir, consequentemente, o ritmo (intenso) de trabalho, e suprir os previsíveis desligamentos. Nas unidades meio, cabe destacar, quando ocorre desligamento, não é feita a reposição de empregado.
Para agravar esse quadro de carência de empregados, que resulta em excesso de trabalho, os sistemas não são interligados; o que provoca um atendimento mais demorado e aumento da fila. E mais: em função do seu papel social, a Caixa Federal tem que rever essa opção de unidade “enxuta” de pessoal, modelo adotado pelos bancos privados, em nome de maior rentabilidade, produtividade. O sistema financeiro muda para continuar ganhando com menos trabalhadores bancários. Essa é a regra imposta pela banca. Os sindicatos, no entanto, exigem reais condições de trabalho, ambiente saudável, mais contratações. Ficar como está é ‘investir’ no adoecimento do bancário. Essa fase nos remete aos primórdios do capitalismo. O que não é aceitável em hipótese alguma.
Caixa não apresenta dados
Na quarta reunião do Fórum Paritário sobre Condições de Trabalho, realizado no último dia 13 em Brasília, a Caixa Federal não apresentou informações detalhadas sobre a situação da rede de agências, reivindicação reafirmada pelos sindicatos na terceira reunião do Fórum, no último dia 21 de janeiro. Para justificar que não apresentou os dados referentes ao número de empregados por unidade, como é feito o cálculo para dimensionar o quantitativo de empregados para novas unidades e média de horas extras (cargos, funções e frequência), a Caixa Federal alegou falta de clareza na reivindicação. Puro descaso, prontamente rechaçado pelos sindicatos. Somente com esses dados será possível aprofundar o debate e construir alternativas para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes e usuários. A Caixa Federal, infelizmente, até o momento não apresentou nenhum número. Enquanto não surgir as informações solicitadas, o Fórum não anda. O que também é muito grave. O diálogo busca soluções; não enrolações.
24/02/2014
Falta de novos empregados provoca excesso de trabalho na Caixa Federal
Condições de Trabalho