Reunidos com representantes do Santander, no último dia 8 em São Paulo, dirigentes sindicais cobraram uma reunião com o presidente do Banco espanhol no Brasil, Jesús Zabalza, para debater o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações. Os representantes do Santander assumiram compromisso de apresentar uma resposta na próxima reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), que acontece no dia 19 deste mês de novembro. “O sistema financeiro vive, novamente, um processo de reestruturação que tem resultado em fechamento de postos de trabalho e o Santander não quer fugir à essa ‘regra’. Porém, a saúde financeira do Banco espanhol no Brasil não exige nenhum remédio amargo; pelo contrário. Os números brasileiros são favoráveis, bem distinto de outras partes do mundo. Portanto, os sindicatos querem discutir emprego e apresentar propostas”, destaca o diretor do Sindicato e representante da Federação dos Bancários de SP e MS na Comissão de Organização dos Empregados (COE), Cristiano Meibach, que participou da reunião.
Santander em números
O Santander Brasil obteve um lucro líquido de R$ 4,3 bilhões de janeiro a setembro deste ano. O que representa 24% do lucro mundial do grupo. E o lucro por bancário brasileiro é 1,95 maior que o apresentado pelo bancário espanhol.
No mesmo período, demitiu 3.414 bancários que, somados as 975 dispensas efetivadas em dezembro do ano passado, totalizaram 4.389 vagas a menos em dez meses. Segundo estudo do Dieese, no citado período de nove meses, a arrecadação oriunda de prestação de serviços e tarifas alcançou R$ 7,828 bilhões. Apenas com essa receita o Santander cobre 148% do total de despesas com pessoal, incluindo a PLR. “O presidente mundial do Santander, Javier Marín, não deveria ficar indignado com o reajuste de 8% conquistado pelos bancários brasileiros na Campanha deste ano, mas, sim, reconhecer a contribuição e valorizar os funcionários das unidades brasileiras”, ressalta Marcelino José, diretor do Sindicato. Marcelino se refere à declaração do presidente mundial do Santander durante teleconferência, realizada no dia 24 de outubro último, para apresentar o balanço de janeiro a setembro. Disse Javier Marín: “O acordo coletivo deu um aumento de 8% no Brasil. Por isso, é tão importante colocar em prática todas as medidas para que o Brasil tenha um custo de negócio similar a outros países em que operamos”.
Sindicato quer discutir integração
O Sindicato vai solicitar ao Santander uma reunião específica para discutir a chamada “integração” das agências, que está em curso. Segundo os representantes do Banco espanhol essa reestruturação está sob o comando de regionais e gestores. E mais: os funcionários serão realocados e casos pontuais serão analisados. O Sindicato quer participar desse processo. “Afinal, o emprego está em jogo”, frisa a diretora do Sindicato, Vera Moreira.
12/11/2013
Sindicatos querem debater demissões com presidente do Santander no Brasil
Emprego