O Comando Nacional dos Bancários, do qual o Sindicato faz parte, reunido ontem à tarde (26) em São Paulo, após avaliar a greve, reafirmou a continuidade da paralisação e decidiu orientar os sindicatos a intensificarem a mobilização. O Comando responsabiliza os presidentes da Fenaban e dos seis maiores bancos pelo impasse no processo de negociação, encerrado no último dia 5.
No oitavo dia, ontem (26) a greve ampliou ainda mais, fechando 10.586 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados no país; na quarta-feira (25), a greve fechou 10.024 locais de trabalho nos 26 estados e no Distrito Federal. Na região de Campinas, a greve atingiu ontem 217 agências (Campinas, 127; 90 em 29 cidades da base). Hoje a greve ampliou; o balanço final será divulgado no início da tarde desta sexta-feira.
Quadro da greve: agências fechadas
Dia
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No país
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Região de Campinas
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1ª dia:19/09
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6.145
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142
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2º dia: 20/09
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7.282
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158
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5º dia: 23/09
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9.015
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165
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6º dia: 24/09
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9.665
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185
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7º dia: 25/09
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10.024
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200
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8º dia: 26/09
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10.586
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217
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Nota do Comando Nacional dos Bancários
O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta quinta-feira 26 de setembro em São Paulo na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), após avaliação da primeira semana da greve da categoria, decidiu:
1. Ampliar e fortalecer a greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal.
2. Reafirmar a disposição de negociação dos representantes dos bancários, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.
3. Afirmar que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
4. Ressaltar que os bancos que operam no Brasil têm totais condições de atender às demandas dos bancários, conforme demonstra relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira 26, segundo o qual o lucro do sistema financeiro nacional é “robusto” e atingiu R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.
5. Denunciar a irresponsabilidade social dos bancos, especialmente os privados, que, na contramão da economia brasileira, geradora de 1,07 milhão de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, cortaram 6.987 postos de trabalho no mesmo período, precarizando o atendimento à população, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários.
6. E denunciar que, em busca de “melhor eficiência”, os bancos vêm obrigando os bancários a cumprirem metas abusivas e a venderem produtos financeiros desnecessários à população, o que tem aumentado a incidência de adoecimentos.
Carlos Cordeiro,
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários São Paulo, 26 de setembro de 2013