
A expansão nos bairros começou ontem no Bonfim e Avenida João Jorge; hoje a greve atingiu o bairro Cambuí. Ontem, cabe destacar, a greve fechou o prédio do Banco do Brasil instalado na Avenida Governador Pedro de Toledo, onde funcionam a GEPES, CSO Valores, PSO, dentre outros departamentos.
Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, a greve permanece forte e com tendência a cresce ainda mais. “A categoria tem demonstrado grande disposição de luta e o movimento avança nos bancos públicos e privados em todo o país. A Fenaban, no entanto, mantém sua postura intransigente e gananciosa. Os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre, porém permanecem calados, sem retomar o processo de negociação. Ou a Fenaban apresenta nova contraproposta – diga-se de passagem, que contemple as reivindicações prioritárias – ou a greve vai continuar”.
Solidariedade dos bancários paraguaios
Em carta à Contraf-CUT, o Sindicato dos Bancários do Banco do Brasil instalado em Assunción, capital do vizinho Paraguai, manifesta solidariedade à greve da categoria e destaca que a unidade com mobilização é o único caminho para a conquista de igualdade e justiça. (clique aqui).
Quem parou no 7º dia: 30 cidades
Campinas e Região: 29 cidades.Água de Lindóia, Americana, Amparo, Arthur Nogueira, Cabreúva, Cosmópolis, Elias Fausto, Engenheiro Coelho, Espírito Santo Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Louveira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Monte-Mor, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio de Posse, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Valinhose Vinhedo.
Contraproposta da Fenaban
apresentada na rodada do dia 5
Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho, em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
– Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fotos: Júlio César Costa