A greve consolidou e ampliou hoje (23), quinto dia, em Campinas, na base do Sindicato e no país. Em Campinas, 79 agências de bancos públicos e privados fechadas; em 29 cidades da região, 86 agências do Banco do Brasil e Caixa Federal (com exceção do Santander em Cabreúva). Em comparação com a última sexta-feira (20), quando fecharam 158 agências, crescimento de sete agências e uma cidade (Elias Fausto). Em Campinas, o quinto dia teve adesão de duas agências; na região, adesão de cinco agências. No país, a greve atingiu 9,015 agências e centros administrativos; na sexta-feira (20), 7.282 agências e centros administrativos; no primeiro dia (19), 6.145 unidades em 26 estados e no Distrito Federal.
A greve cresce a cada dia, mas a Fenaban até o momento permanece calada, insistindo na insuficiente contraproposta, que prevê reajuste de 6,1% (reposição da inflação), sem aumento real. “A greve continua forte e vai crescer. A categoria tem demonstrado disposição para defender seus direitos. O momento exige intensificação da luta. A única linguagem que os banqueiros compreendem”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava.

O Sindicato realiza nesta quinta-feira, dia 26, nova assembleia para avaliar a greve, a exemplo da realizada no final da tarde desta segunda-feira (23), na sede. A assembleia de quinta-feira será no mesmo horário; ou seja, 18h. Hoje, após debate, a assembleia votou pela continuidade da greve por tempo indeterminado e pela ampla participação no Ato Público a ser realizado no Largo do Rosário nesta quarta-feira (25) pelas categorias em luta, com datas-bases neste segundo semestre. (clique aqui).
Quem parou no 5º dia
Campinas: BB (28 agências); Caixa Federal (19); Bradesco (11); Santander (9); Itaú (8); Citibank (1); HSBC (1); Mercantil do Brasil (1); e Safra (1).
Região: 29 cidades.
Água de Lindóia: 3 (2 BB e 1 CEF)
Americana: 12 (7 BB e 5 CEF)
Amparo: 1 (CEF)
Arthur Nogueira: 2 (BB)
Cabreúva: 4 (2 BB, 1 CEF e 1 Santander)
Cosmópolis: 2 (BB)
Elias Fausto: 3 (2 BB e 1 CEF)
Engenheiro Coelho: 1 (BB)
Espírito Santo Pinhal: 3 (2 BB e 1 CEF)
Estiva Gerbi: 1 (BB)
Holambra: 1 (BB)
Hortolândia: 4 (1 BB e 3 CEF)
Indaiatuba: 5 (3 BB e 2 CEF)
Itapira: 1 (CEF)
Itatiba: 1 ( CEF)
Jaguariúna: 3 (2 BB e 1 CEF)
Louveira: 1 (CEF)
Mogi Guaçu: 4 (2 BB e 2 CEF)
Mogi Mirim: 4 (2 BB e 2 CEF)
Monte-Mor: 3 (2 BB e 1 CEF)
Nova Odessa: 3 (2 BB e 1 CEF)
Pedreira: 3 (2 BB e 1 CEF)
Paulínia: 4 (2 BB e 2 CEF)
Santo Antonio de Posse: 2 (1 BB e 1 CEF)
Serra Negra: 1 (CEF)
Socorro: 1 (CEF)
Sumaré: 6 (3 BB e 3 CEF)
Valinhos: 4 (2 BB e 2 CEF)
Vinhedo: 3 (2 BB e 1 CEF)
Contraproposta da Fenaban
apresentada na rodada do dia 5
Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho, em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
– Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fotos: Júlio César Costa