
A greve nacional dos bancários continua hoje (23), terceiro dia útil, no país e na região de Campinas. No final da tarde, às 18h, assembleia na sede do Sindicato (Rua Ferreira Penteado, 460) avalia o movimento da categoria.
Na última sexta-feira, dia 20, a greve cresceu. No país, 7.282 agências e centros administrativos fechados, segundo balanço da Contraf-CUT, incluindo o Centro Administrativo do Bradesco, na Cidade de Deus, em Osasco. No primeiro dia, 6.145 unidades fechadas em 26 estados e no Distrito Federal. Em Campinas, a greve atingiu 158 agências e departamentos no segundo dia, sexta-feira (20), sendo 77 agências de bancos públicos e privados na área central e bairros; em 28 cidades da base do Sindicato, 81 agências de bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Federal, mais uma agência do Santander em Cabreúva). Em relação ao primeiro dia (19), quando fecharam 142 agências em Campinas e 24 cidades da base, adesão de mais 16 unidades de trabalho e mais quatro cidades.
Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, a greve começou forte e vai expandir ainda mais. “A adesão em dois dias sinaliza que a greve tende a crescer ainda mais. Uma tendência verificada em todo o país. A resposta da categoria está à altura da provocação da Fenaban, que propôs apenas a reposição da inflação (6,1%), seu aumento real, e não valorizou a PLR, o piso e não aceitou melhorar as condições de trabalho, que permanecem gerando insatisfação diante da cobrança de metas abusivas e assédio moral”.
Ato público no Largo do Rosário dia 25
Nesta quarta-feira, dia 25, a subsede da CUT realiza Ato Público de Mobilização de Data-Base no Largo do Rosário, a partir das 16h. A manifestação irá reunir categorias em Campanha neste segundo semestre, como vidreiros, aeroviários, petroleiros e bancários.
Quem parou no 2º dia
Campinas: BB (27 agências); Caixa Federal (19); Bradesco (10); Santander (9); Itaú (8); Citibank (1); HSBC (1); Mercantil do Brasil (1); e Safra (1). Agências instaladas na área central, Cambui, Avenida Barão de Itapura, Avenida Brasil, Unicamp, Norte-Sul, Santa Genebra, Vila Industrial, Barão Geraldo, Ouro Verde, Castelo, Taquaral, Trevo, São Quirino, Sousas e João Jorge.
Região: 28 cidades.
Água de Lindóia: 3 (2 BB e 1 CEF)
Americana: 12 (7 BB e 5 CEF)
Amparo: 1 (CEF)
Arthur Nogueira: 2 (BB)
Cabreúva: 4 (2 BB, 1 CEF e 1 Santander)
Cosmópolis: 2 (BB)
Engenheiro Coelho: 1 (BB)
Espírito Santo Pinhal: 3 (2 BB e 1 CEF)
Estiva Gerbi: 1 (BB)
Holambra: 1 (BB)
Hortolândia: 4 (1 BB e 3 CEF)
Indaiatuba: 5 (3 BB e 2 CEF)
Itapira: 1 (CEF)
Itatiba: 1 ( CEF)
Jaguariúna: 3 (2 BB e 1 CEF)
Louveira: 1 (CEF)
Mogi Guaçu: 3 (2 BB e 1 CEF)
Mogi Mirim: 4 (2 BB e 2 CEF)
Monte-Mor: 3 (2 BB e 1 CEF)
Nova Odessa: 3 (2 BB e 1 CEF)
Pedreira: 3 (2 BB e 1 CEF)
Paulínia: 4 (2 BB e 2 CEF)
Santo Antonio de Posse: 2 (1 BB e 1 CEF)
Serra Negra: 1 (CEF)
Socorro: 1 (CEF)
Sumaré: 6 (3 BB e 3 CEF)
Valinhos: 3 (2 BB e 1 CEF)
Vinhedo: 3 (2 BB e 1 CEF)
Contraproposta da Fenaban
apresentada na rodada do dia 5
Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho, em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
– Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.