O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a contraproposta da Fenaban, apresentada hoje (5) durante a quarta rodada de negociação, que prevê entre outros pontos reajuste de 6,1% (reposição da inflação prevista, sem aumento real), e decidiu orientar greve nacional a partir do dia 19 deste mês de setembro. Para rejeitar a contraproposta da Fenaban e decretar greve nacional, por tempo indeterminado, o Sindicato realiza assembleia no próximo dia 12 (quinta-feira), na sede em Campinas, às 19h. Na véspera da greve, dia 18, o Sindicato realiza assembleia organizativa, no mesmo horário: 19h.
Contra a terceirização
Antes da greve, os trabalhadores tem nova jornada de luta contra a terceirização, contra o PL 4330. No dia 18 deve ocorrer audiência pública (clique aqui) na Câmara dos Deputados sobre o PL. Na véspera, dia 17, concentração em Brasília para pressionar os deputados.
Calendário de luta
12 de setembro – Assembleias em todo o país para rejeitar a proposta e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
17 – Todos a Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.
18 – Assembleia organizativa para encaminhar a greve.
19 – Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.
Contraproposta da Fenaban
Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.).
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho, em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa de programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
– Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
BB e Caixa Federal: A Caixa Federal, que havia prometido no último dia 3 apresentar a sua proposta global hoje (5), não se reuniu com o Comando Nacional. O mesmo aconteceu com o Banco do Brasil.