Emprego e fim das metas são prioridades da categoria bancária, aponta Consulta

A garantia de emprego e o fim das metas abusivas foram definidos pelos bancários como bandeiras prioritárias na Campanha Nacional deste ano, aponta a Consulta realizada em maio último, apresentada no segundo dia da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, (20), que aconteceu no Hotel Holiday Inn, em São Paulo. De um total de 37.097 bancários, 16.667 defendem que o Brasil volte a ser signatário da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a demissão imotivada. Essa norma foi ratificada pelo Brasil em 1992, durante o governo Itamar Franco, e entrou em vigor em abril de 1996. Em novembro do mesmo ano, o então presidente Fernando Henrique Cardoso denunciou à OIT que a Convenção deixaria de ser aplicada a partir de 1997.
O fim das metas abusivas foi defendido por 24.645 bancários consultados. Outro dado decorrente das metas abusivas: a cada grupo de cinco bancários, um faz tratamento de saúde. O resultado da Consulta nacional norteou na tarde do dia 20 (sábado) as discussões nos grupos temáticos: emprego; reestruturação produtiva no Sistema Financeiro; remuneração; e condições de trabalho. Na base do Sindicato, a Consulta envolveu 2.511 bancários, que apontaram as reivindicações prioritárias da Campanha.
Momento atual
Após a apresentação do resultado da Consulta, painel sobre “Análise de Conjuntura” reuniu Márcio Monzane (UNI Finanças), João Sicsú (professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-diretor do Ipea) e Altamiro Borges (Coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé).
Durante o debate sobre o momento atual em que vive o país, o presidente do Sindicato e secretário-geral da Federação dos Bancários de SP e MS, Jeferson Boava, destacou que a onda de protestos, que varreu o pais em junho último, não surgiu do nada. Segundo ele, foi soprada por ventos democráticos de várias partes do mundo. Da praça Thair, no Egito, do Ocupe Wall Street, da Madri dos indignados, da praça Taksim em Istambul. Jeferson defendeu que os bancários, dentro desse cenário efervescente, também “ocupem as ruas durante a Campanha Nacional e mostre à sociedade qual é a agenda dos trabalhadores do ramo financeiro”.
Foto: Nando Neves