A juíza Ana Lúcia Cogo Casari Castanho Ferreira, da 7ª Vara do Trabalho de Campinas, concedeu hoje (31/01), liminar que prorroga até o dia 6 de março o prazo para os funcionários que exercem Função de Confiança (FC) se manifestar sobre o termo de adesão ao novo “Plano de Funções de Confiança e de Funções Gratificadas”, em ação ingressada pelo Sindicato nesta quinta-feira. Implantado unilateralmente no último dia 28, o Banco do Brasil havia definido prazo até segunda-feira, dia 4 de fevereiro.
Em sua sentença (clique), a juíza Ana Lúcia considera que “…não se apresenta razoável o prazo dado pela reclamada de 28/01/13 a 04/02/2013 para os bancários analisarem detidamente o novo plano de cargos e salários instituído, com substancial alteração dos contratos de trabalho”. Em outro trecho, diz a juíza: “…Determino que a reclamada abstenha-se de exigir a manifestação dos substituídos antes da data de 06/03/2013 inclusive, sob pena de a multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) pelo ato de desobediência à presente ordem judicial, mais multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pela continuidade do descumprimento”. Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, “o compromisso assumido pelo Sindicato, durante plenária realizada ontem (30/01), na sede, foi encaminhado – ou seja, ingressamos ação na Justiça – e o resultado é uma importante conquista dos bancários do BB. Vencemos o primeiro round”.
Plenária no Sindicato debate novo plano
Mais de 110 funcionários do Banco do Brasil participaram ontem (30/01) da plenária realizada na sede do Sindicato para discutir o novo “Plano de Funções de Confiança e de Funções Gratificadas”. Após esclarecimentos e avaliação, o Sindicato orientou os funcionários a não tomarem nenhuma medida precipitada, que analisassem com calma o novo plano e seus impactos na carreira profissional, uma vez que as mudanças impõem redução salarial. “O novo
plano é uma resposta do BB à mobilização dos funcionários em defesa da jornada de 6h para todos, independente de cargos e funções. Porém, sem negociar com os Sindicatos, o Banco implantou um plano nocivo, incompleto e ainda ameaça os funcionários que não aderirem. O que é inaceitável. O Sindicato tem orientado os funcionários envolvidos a não ceder às pressões e analisar friamente a situação. A liminar concedida ao Sindicato pela Justiça de Campinas reforça esse procedimento”, analisa o presidente Jeferson Boava.

Plano gatuno
Ao implantar o novo plano o BB extinguiu todas as funções comissionadas de 8h e criou novas nomenclaturas. Todos os comissionados considerados de Função de Confiança (FC) foram migrados compulsoriamente, unilateralmente. Já o chamado público-alvo da Função Gratificada (FG) tem a opção de migrar para as novas funções de 6h, com redução de salários de 16%, a qualquer momento, ou permanecer na função de 8h em extinção. Para quem migrar, o BB oferece uma esmola. Ou seja, para “compensar” a perda salarial da FG, o Banco autorizou horas extras pelo período de um ano. E depois?
Dia 4: CCV
O Banco do Brasil apresenta nesta segunda-feira, dia 4 de fevereiro, a sua versão da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), fórum extrajudicial para tratar do passivo trabalhista.
Ações: 7ª e 8ª Horas
O Sindicato tem no momento nove ações sobre as 7ª e 8ª horas. Confira a situação de cada uma.
Ação
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Vara
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Situação Atual
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Asneg A
(Assistente)
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10ª
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Sentença reconhece a jornada de 6h. Recursos de ambos aguardam julgamento no TRT
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Asneg B
(Assistente)
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12ª
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Sentença improcedente. Não reconhece legitimidade do Sindicato, que vai recorrer.
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Analista A Unidade de Apoio
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8ª
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Audiência 18/04/2013.
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Analista A Unidade Tática
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6ª
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Audiência Inicial em 27/02/2013.
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Analista B Unidade de Apoio
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7ª
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Audiência em 16/07/2013.
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Analista B Unidade Tática
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7ª
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Audiência em 16/07/2013.
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Analista Jurídico A
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4ª
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Audiência em 28/05/2013.
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Analista Jurídico B
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9ª
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Audiência em 08/04/2013.
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Analista Jurídico C
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5ª
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Audiência em 16/05/2013.
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Fotos: Júlio César Costa