A greve de nove dias garantiu e inscreveu avanços em vários temas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), como tem sido destacada em matérias publicadas nas edições recentes deste jornal. A greve assegurou aumento real maior, valorização do piso, tíquetes e PLR, e avanços nas questões sobre saúde (ver edição anterior) e segurança.
Pressionado pela categoria, que tem reivindicado medidas para proteger a vida, os banqueiros na Campanha deste ano cederam e concordaram em criar um projeto-piloto, em Pernambuco, para prevenir assaltos e sequestros. Após o período de experiência, o novo modelo de segurança será aplicado em todas as agências do país.Dentre os dispositivos a serem testados pelo projeto, portas giratórias com detectores de metais, biombos entre filas e caixas, e divisórias entre caixas, incluindo os eletrônicos. “O projeto-piloto contempla vários dispositivos que figuram no projeto elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), encampado pelo nosso Sindicato ao lançar a ‘Campanha por Mais Segurança nos Bancos’, em abril do ano passado. Inclusive o projeto da Contraf/CNVT foi apresentado nas 37 cidades que compõem a base do Sindicato. Em sete, o projeto foi aprovado pelos vereadores; em três, já é lei”, destaca o diretor do Sindicato e responsável pela pasta de Segurança, Danilo Anderson. Segundo ele, o projeto-piloto a ser criado impõe também um recuo aos Bancos na questão das portas giratórias. “Nos últimos anos, alguns Bancos decidiram retirar as portas. O Itaú, por exemplo, divulgou que iria manter as portas apenas nas cidades onde a instalação fosse determinada por lei municipal. Na época, condenamos a medida por ser um retrocesso. Agora, além das portas, o projeto-piloto prevê novos dispositivos”.
Para mostrar a eficiência das portas no combate a assaltos, que começaram a ser instaladas nos Bancos no final dos anos 90 do século passado (em Campinas, no meio daquela década), o diretor Danilo cita estatística nacional da própria Febraban (Federação Brasileira de Bancos). “Em 2000 houve 1.903 ocorrências. Em 2010, o número baixou para 369, uma queda de 80,16%. Já em 2011, quando alguns bancos retiraram as portas giratórias, foram apurados 422 assaltos, um crescimento de 14,36%”.
Paralelamente ao projeto-piloto, observa o diretor Danilo, os sindicatos de bancários e vigilantes querem que esse tipo de equipamento seja item obrigatório no projeto de lei do estatuto de segurança privada, que está sendo elaborado pelo Ministério da Justiça para atualizar a lei federal nº 7.102/83.
O diretor do Sindicato destaca ainda que o projeto-piloto visa combater também o crime conhecido por “saidinha de banco”, responsável por 32 das 49 mortes em assaltos envolvendo Bancos em 2011 em todo país. Em breve, os sindicatos e a Fenaban se reúnem para debater a implantação do projeto-piloto. “Trata-se de uma conquista, um avanço, um passo a frente na luta em defesa da vida de bancários, vigilantes e clientes”.
22/10/2012
Greve garante mais segurança
Segurança