
Reunido com o Sindicato no último dia 19, na sede, para discutir as 11 demissões no CPSA Campinas (ex-DPD), o representante da área de Recursos Humanos (RH) do Itaú, Romualdo Garbos, se limitou em ouvir os diretores. Diante da reivindicação em suspender imediatamente as demissões, se calou. O único comentário emitido foi relativo aos funcionários detentores de estabilidade (prevista na Convenção Coletiva de Trabalho) que, segundo ele, não serão dispensados, mas o banco vai oferecer uma “indenização”. “O Sindicato, é óbvio, não concorda com a proposta. Aliás, foi uma tremenda estupidez obrigar o funcionário com direito a estabilidade a assinar a dispensa”, destaca o diretor Mauri Sérgio.
A rodada de negociação do último dia 19 só foi marcada pelo Itaú depois que o Sindicato coordenou a paralisação dos serviços no CPSA no dia 18, em protesto contra as citadas 11 demissões ocorridas no dia 15 e três em maio passado. E o movimento foi suspenso no mesmo dia porque o banco aceitou reabrir o diálogo no dia seguinte. “Manifestamos nossa indignação e reivindicamos a imediata suspensão das demissões. Inclusive ressaltamos que não foi oferecido aos demitidos a possibilidade de realocação em outros setores. Reivindicamos ainda uma politica de compensação em caso de desligamento, nos moldes de um PDV.”, frisa o diretor Mauri.
Em resumo, o banco que pretende ser campeão de sustentabilidade, porém demite sem piedade, só enrolou até agora. O único fato concreto, já anunciado, é que a reestruturação a caminho vai fechar os setores de compensação de cheques e microfilmagem em 15 CPSA espalhados pelo país até 2013. O Sindicato, claro, mantém a luta contra as demissões. A trégua foi tão somente para negociar uma saida para o impasse. “A luta está apenas no começo. Somos a favor do diálogo. Queremos construir alternativas. Mas, sem resposta defensável, retomamos a mobilização. Diga-se, de passagem, uma mobilização nacional”, avalia o diretor Mauri Sérgio.