Reunidos em assembleia ((veja vídeo)) agora à noite, na sede do sindicato, os bancários de Campinas e Região, setores públicos e privados, aprovaram a deflagração de GREVE por tempo indeterminado a partir de amanhã, dia 29 de setembro. Os bancários rejeitaram a proposta da Fenaban, apresentada verbalmente no último dia 22, que prevê reajuste de 4,29% sobre os salários e verbas. O índice equivale tão somente à inflação acumulada no período de setembro 2009 a agosto deste ano.
A Fenaban apostou no confronto. Depois de um mês de negociação, onde o Comando Nacional dos Bancários buscou construir um acordo coletivo que valorizasse os salários, bem como os bancários, a Fenaban se limitou em propor pura e simplesmente a reposição da inflação, quando a categoria reivindica 11%. “O que é uma afronta. Os bancários exigem aumento real e condições dignas de trabalho, que inclui fim das metas abusivas, fim do assédio moral, mais segurança, mais contratações, elevação dos valores dos auxílios (alimentação, refeição, cesta e creche/babá), PCS, garantia de emprego e PLR de três salários mais valor fixo de R$ 4 mil”, avalia o presidente do sindicato, Jeferson Boava. Segundo ele, o desrespeito à categoria não ficou restrito à Fenaban. O Banco do Brasil e a Caixa Federal também não propuseram nada durante o processo de negociação das questões específicas. “É inaceitável essa postura da Fenaban, principalmente neste momento quando a economia nacional cresce, assim como os lucros dos bancos”, destaca Jeferson. Os seis maiores bancos lucraram no primeiro semestre deste ano, mais de R$ 20 bilhões. Os lucros líquidos do Itaú Unibanco, Bradesco, BB, Santander, Caixa Federal e HSBC, somados, atingiram a cifra de R$ 21,72 bilhões. E a indústria automobilística, pressionada, aceitou fechar acordo com os metalúrgicos do ABC paulista, que prevê reajuste de 10,81%, com ganho real (acima da inflação) de 6,26%.