E
m reunião realizada com a Caixa Econômica Federal nesta sexta-feira, dia 26 de março, em Brasília, a Contraf-CUT e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) mais uma vez se indignaram com a falta de informações a respeito da reestruturação que está ocorrendo na empresa e suas respectivas consequências para os trabalhadores. Os representantes da Caixa apenas reafirmaram o que já é de conhecimento de todos: que todas as áreas meio serão extintas, que vai haver fusão de processos, ampliação ou redução de áreas, o que vai gerar insegurança na vida dos trabalhadores.
A CEE/Caixa questionou a empresa em relação à possível perda de gratificação de boa parte desses trabalhadores, bem como a atitude de alguns gestores, que pressionam os empregados para procurar outros locais para trabalharem, gerando mais inseguranças. A Caixa admitiu não ter como responder detalhadamente quais serão as consequências para os trabalhadores envolvidos porque, segundo a empresa, o processo está em andamento e há adequações a fazer.
De acordo com o coordenador da CEE/Caixa, Jair Ferreira, “os trabalhadores precisam se mobilizar e denunciar as atitudes truculentas da Caixa, que não está dando perspectiva para seus empregados. Essas incertezas geram um clima de instabilidade entre os colegas e isso é inadmissível”. As entidades sindicais vão enviar para a Caixa um manifesto repudiando a falta de transparência da empresa e o desrespeito na forma como está conduzindo o processo em relação à gestão de pessoas.
A CEE/Caixa definiu 7 de abril como o dia nacional de luta contra a reestruturação. Nesta data, os sindicatos e entidades de todo país deverão cobrar da empresa mais respeito com os empregados, realizando atividades de mobilização.
Abaixo-assinado
Na reunião, a CEE/Caixa entregou as mais de 5 mil assinaturas recolhidas em defesa da melhoria da saúde na Caixa e contra a redução das Gipes. O documento reivindica a criação de estruturas para cuidar especificamente do Saúde Caixa e da saúde do trabalhador, desvinculadas das Gerências de Filial de Pessoas (Gipes) e subordinadas diretamente à Gerência Nacional de Saúde (Gesad).
A reivindicação é para que essas unidades específicas possuam estruturas técnicas e administrativas compatíveis com suas atribuições, eliminando-se a terceirização de atividades.
A área de gestão de pessoas da Caixa reafirmou que está fazendo um debate interno para não haver redução de Gipes. A avaliação já foi externada pelo vice-presidente de Gestão de Pessoas da Caixa, Édilo Valadares. Ele afirmou que, se depender dele, não haverá a redução das áreas, e sim a retirada das atribuições burocráticas, permanecendo as estruturas próximas dos empregados para cuidar da Gestão do Saúde Caixa e dos programas de saúde do trabalhador, de treinamento, entre outras.
Reabertura do PCS
Atendendo a uma solicitação da Contraf-CUT, a Caixa confirmou a reabertura das adesões ao Plano de Cargos e Salários (PCS), que começa a partir do dia 1° e irá até o dia 30 de abril, tanto para a carreira administrativa, como para a profissional.
O salário referência da carreira profissional é 1° de janeiro de 2010. Na carreira administrativa, para enquadramento da nova tabela, será considerado o salário em 31 de março de 2010. Ficam valendo as mesmas regras de 30 de junho de 2008 para as indenizações, que variam de R$ 500,00 a R$ 10 mil. Apesar da solicitação da CEE/Caixa, a empresa não vai efetuar a correção monetária dos valores.
Programa de incentivo à graduação
A Caixa divulgou a abertura de mais 3 mil novas bolsas para que seus empregados possam custear cursos de graduação. A empresa informa que desde 2003, quando o programa foi implantado, cerca de 5.692 pessoas já foram beneficiadas pelo auxílio. Atualmente existem 3.078 utilizando a bolsa.
Cipas, exaustores e climatização
A Caixa informou que vai promover as eleições das Cipas em etapas por Gipes, devido a um problema de sobrecarga no sistema. A CEE/Caixa cobrou da empresa que o processo seja padronizado. Ficou acordado que as eleições das unidades que possuem representação serão realizadas no mês de junho, em calendário a ser negociado com as representações sindicais.
Em relação aos exaustores, a Caixa encaminhou o laudo produzido por especialistas contratados pelo Sindicato dos Bancários do Ceará para seus engenheiros e estes avaliaram que os testes apresentados não condiziam com as mesmas premissas do ambiente de trabalho.
Os representantes dos trabalhadores manifestaram preocupação com a metodologia, pois pelo laudo apresentado pelo Sindicato do Ceará, os equipamentos para exaustão são inadequados e até perigosos para a saúde de quem os manipula – empregados e clientes. A Caixa está concluindo novos laudos com dados coletados no ambiente de trabalho e vai apresentá-los na próxima reunião.
O responsável pela área de manutenção e climatização das unidades da Caixa fez um relato e um diagnóstico sobre as mudanças que aconteceram na área. Como prioridade, foi definido um plano emergencial de implantação de ar condicionado e ventiladores nas agências mais afetadas. A empresa está elaborando um projeto de longo prazo de manutenção da climatização das unidades e que mais detalhes serão apresentados na próxima reunião.
A próxima reunião de negociação está prevista para o dia 15 de abril.
Fonte:Contraf