O Banco do Brasil também
estuda comprar parte do britânico RBS (Royal Bank of Scotland), mas nos EUA. O banco
federal está de olho em cerca de
20 agências do Citizens Bank,
filial americana do RBS, localizadas na costa leste do país, segundo a Folha apurou.
O BB foi procurado por bancos de investimento americanos para negociar a compra de
instituições de varejo nos EUA.
O objetivo é colocar em funcionamento agências nos Estados
de Nova York, New Jersey e
Massachusetts para atender a
comunidade brasileira.
Controlado pelo RBS, o Citizens Bank é uma das principais
instituições financeiras americanas, fundada em 1828 em
Providence, no Estado de Rhode Island. Após a estatização do
RBS, o banco tem sido alvo de
rumores de venda nos EUA,
possivelmente retaliado entre
várias instituições globais.
O banco emprega 22.600
pessoas e tem cerca de 1.500
agências em 12 Estados.
Procurado pela Folha, o vice-presidente do Citizens Mike
Jones preferiu não comentar o
assunto. O vice-presidente da
área internacional do BB, Allan
Simões Toledo, disse desconhecer o negócio, mas confirmou que o BB tem recebido
propostas para comprar participações em bancos nos EUA e
na América Latina.
Com o real favorável a aquisições em dólares, o BB busca a
infraestrutura de agências e de
tecnologia de uma pequena
instituição de varejo nos EUA.
O BB chegou atrasado na
consolidação bancária e corre
para explorar todo o potencial
de negócios da comunidade
brasileira e de empresas de capital nacional no exterior.
O principal foco são os EUA,
país em que o BB pediu autorização há mais de um ano do Federal Reserve [BC dos EUA]
para entrar no varejo, mas ainda não foi atendido.
O presidente do banco, Aldemir Bendine, afirmou publicamente que não está interessado em adquirir a operação e a
carteira de clientes de um banco americano, até porque não
dispõe de tempo nem de expertise para analisar o ativo. Bendine disse que a ideia é ficar só
com “carcaça” das agências.
No plano de internacionalização, a segunda prioridade é
expandir a presença na América Latina, especialmente no
Mercosul, cujos países estão
entre os maiores parceiros comerciais do Brasil. A terceira
prioridade seria o Oriente Médio e a Ásia, regiões em que empresas brasileiras dos ramos de
commodities aprofundaram
relações na última década.
Folha de S.Paulo