O vice-presidente de finanças da Caixa Econômica Federal, Marcio Percival, confirmou que o banco federal estuda a compra de participações acionárias em instituições financeiras privadas. Ele negou, porém, que já estivesse perto que fechar a primeira operação nessa linha. “As informações que circularam nos últimos dias não são verdadeiras”, disse o executivo da Caixa.
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A medida provisória (MP) 443, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, permitiu que a Caixa abrisse um banco de investimento e uma empresa de participações, que será batizada de CaixaPar. A mesma MP também autorizou os bancos públicos a comprarem participações em instituições privadas.
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Percival disse que a Caixa está definindo os últimos detalhes de sua estratégia de crescimento por meio de aquisições. O banco, segundo ele, irá atuar em duas vertentes: aumentar suas operações, preenchendo lacunas em seu portfólio de produtos, e atuar para garantir a continuidade da expansão do crédito, evitando o agravamento da crise. “É nosso dever, como banco público, respaldar a política econômica para administrar e reduzir os efeitos da crise”, disse Percival.
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Segundo ele, a MP 443 criou a oportunidade para a Caixa operar em nichos de mercado que, até então, estava praticamente ausente. É o caso do financiamento de veículos e das operações de “leasing”. A Caixa não tem financeira nem empresa de “leasing” no seu conglomerado. Isso impede que a instituição atue no chamado segmento de não clientes, ou seja, crédito contratado em concessionárias de veículos e redes varejistas.
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Uma das alternativas contempladas é comprar participações em instituições privadas que atuam nesses segmentos. Na mesma linha, em janeiro o Banco do Brasil anunciou a compra de 50% do capital do Banco Votorantim, que tem forte atuação em financiamento para a aquisição de veículos.
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Percival disse que o banco também avalia, por meio de aquisições, aumentar sua presença no mercado de médias empresas e também ampliar sua atuação no crédito consignado.
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Outra vertente de atuação da Caixa seria para fazer o mercado de crédito feito por bancos pequenos e médios, que foi fortemente afetado pela crise, voltar a operar. Percival disse a CaixaPar poderia ser usada com essa finalidade, mas disse que os detalhes ainda estão sendo definidos. (AR)
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Fonte: Valor Econômico