Desde que a venda do ABN veio à público no início deste ano, os sindicatos bancários têm procurado as autoridades, incluindo o presidente da República, para denunciar as prováveis conseqüências desse tipo de operação e exigir garantias de emprego.
Inclusive foi lançada uma campanha nacional, que tem como prioridade acelerar o processo de ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) pelo Brasil – que inibe as demissões sem justa causa. Os sindicatos querem garantir cláusulas que protejam os empregos, nos moldes das existentes em países europeus, incluindo a Holanda, onde está instalada a sede do ABN-Amro.
19/09/2007
Santander anuncia compra do ABN. Banco do Brasil quer bancos estaduais
EMPREGO AMEAÇADO
O
Santander anunciou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 9 em Madri, na Espanha, que a compra do holandês ABN Amro está praticamente certa. A operação, avaliada em US$ 97 bilhões, deve ser concretizada no início de outubro. A incorporação do banco holandês pelo consórcio formado pelo RBS (Royal Bank of Scotlhand, do Reino Unido) e o Fortis belga, aproximará o Santander ao Itaú, que é o segundo maior banco privado brasileiro. A megafusão, no entanto, ameaça 54 mil funcionários dos dois bancos no país. O Santander já afirmou,vale ressaltar, que os “desligamentos” acontecerão por meio de aposentadorias e de programas de demissão voluntária, como fez quando comprou o Banespa.BB também vai às compras
A compra do ABN pelo Santander tem agitado o setor rentista nacional. Maior banco brasileiro, o BB entrou também na guerra por posições. A estratégia é adquirir bancos estaduais, como Banco de Santa Catarina, Banco do Piauí, Banco Regional de Brasília, Banrisul e até o Banco Nossa Caixa. No caso do Besc e BEP o BB tem pela frente entraves jurídicos. É que os dois citados bancos foram incluídos no PND (Programa Nacional de Desestatização), E na avaliação da ‘entidade’ “mercado” isso não seria “desestatização”. Sem falar que a legislação do Proes (programa de socorro aos bancos estaduais) estabelece que a União poderia “adquirir o controle da instituição financeira exclusivamente para privatizá-la ou extingui-la”.
Se os bancos estão numa guerra por posições, a categoria bancária tem a obrigação de entrar numa guerra de movimentação. É preciso mobilizar e pressionar governo, congresso e bancos para estancar os anunciados cortes de postos de trabalho.