O Sindicato e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram, nesta terça-feira (10/09), em São Paulo, a nova Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária e o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários do Banco do Brasil, com vigência até 2026.
A nova CCT assegura amplos direitos à categoria, com manutenção das conquistas da convenção anterior e adição de novas cláusulas sociais – incluindo, pela primeira vez, o combate explícito ao assédio moral.
Também fica garantido aos bancários reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, incluindo vales alimentação (VA), refeição (VR), auxílio creche/babá e participação nos lucros e resultados (PLR) já a partir deste mês.
O pagamento do adiantamento da PLR será realizado até dia 30 nos bancos privados e na sexta-feira (13) no Banco do Brasil, portanto três dias úteis após assinatura. Vale lembrar ainda que, com o INPC acumulado entre setembro de 2023 a agosto 2024 em 3,71%, o ganho real neste ano foi de 0,9%.
Para 2025, a correção será baseada na reposição de 100% do INPC mais aumento real de 0,6%. “Tivemos uma negociação difícil, com os bancos insistindo em retirar direitos ou sequer repor a inflação, mas resistimos e asseguramos todas as cláusulas de nossa convenção, com adição de novas cláusulas sociais, mantendo-nos unificados, e ainda com um reajuste com ganho real”, avalia o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues.
Banco do Brasil
O ACT específico dos trabalhadores do Banco do Brasil, também assinado nesta terça (10), inclui entre as conquistas a elevação de seis para sete salários por ano o teto da PLR; manutenção da gratificação dos caixas até dezembro, com priorização para novas funções de salário superior; criação de mais de 500 novas vagas para Gerentes de Relacionamento e cerca de duas mil vagas de Assistente; e criação da função de Assistente de Atendimento e Negócios a partir de janeiro, com um valor mínimo 6% maior do que o atual salário do escriturário com Gratificação de Caixa.
Caixa
Na Caixa, os debates para renovação do ACT foram retomados nesta terça (10), com o banco garantindo a ultratividade até o dia 17 do mês. O Sindicato realiza hoje, às 18h, plenária que antecede nova assembleia nesta quinta-feira, quando os empregados iram definir se aprovam o acordo ou se iniciam greve. (veja aqui)
Confira como ficaram os valores das principais verbas com o reajuste da CCT:
Conheça algumas das conquistas da nova CCT
Além da garantia de aumento acima da inflação para salários e verbas, os bancários conquistaram:
– Reajuste de 8% na verba de requalificação, com isso o valor passa a ser R$ 2.285,84;
– Reajuste salarial de 15% para contínuos e pessoal da portaria;
– Aumento de 4,64% na 13ª cesta alimentação e adiantamento da mesma para 1º de outubro.
A nova convenção traz ainda inovações em dez temas sociais que ampliam a convenção em cerca de 50 novas cláusulas:
1 – Reforço no combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho – pela primeira vez os bancos concordaram em usar na CCT o termo ‘assédio moral’ de forma explícita, atendendo a uma reivindicação histórica do movimento sindical.
2 – Mulheres na tecnologia:
• 3 mil bolsas em curso introdutório (PROGRAMARIA), com prioridade às mulheres negras, da comunidade LBGTQIA+ e PCDs
• 100 bolsas para programa intensivo na área tecnológica (LABORATÓRIA)
3 – PCD – abono de ausência para conserto ou reparo de prótese
4 – Prevenção à violência contra mulher bancária
5 – Reforço no combate à violência contra a mulher na sociedade
6 – Igualdade salarial entre homens e mulheres
7 – Mudança climática e calamidade – instalação de Comitê de Gestão de Crise, com autorização prévia para tomada de decisões
8 – Censo da Categoria 2026
9 – Inteligência artificial e requalificação
10 – LGBTQIA+: repúdio à discriminação e uso do nome social antes da obtenção do registo civil