O Banco do Brasil anunciou no dia 3 deste mês de fevereiro mais uma etapa de seu interminável processo de reestruturação: mudança no plano de funções, com redução na remuneração fixa e aumento na remuneração variável (PDG/Programa Extraordinário de Desempenho Gratificado).
Para a diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Elisa Ferreira, “a mudança quebra, mais uma vez, a cultura da solidariedade. Entra em cena a meritocracia ‘chinfrim’. Falta transparência, clareza e continuidade nos processos do PDG, TAO (Talentos e Oportunidades) e GDP (Gestão de Desempenho Profissional). Sem falar que o PDG envolve somente 40% dos funcionários e não será contratado, negociado, com os sindicatos”.
Elisa destaca que, no médio e longo prazo, “as consequências da redução salarial serão percebidas nas férias, FGTS, INSS, PREVI e CASSI (parte da receita é atrelada à FOPAG), por exemplo. Além do perigo de descomissionamento; a busca por funcionários mais baratos pode aumentar. Diga-se, de passagem, a mudança irá permitir que dois bancários exerçam a mesma função, porém com salários diferentes”.
Plano de Funções:
· Redução do VR (Valor de Referência) da maioria dos cargos.
A redução se dará para novos comissionados. Não há redução salarial para os atuais ocupantes dos cargos. A remuneração se manterá através de uma verba transitória (VTVF) que permanecerá nas movimentações na lateralidade (Mesmo Grupo de Funções – GFM).
· Aumento (imediato) do VR de alguns cargos, entre eles, o gerente de relacionamento de PAA (de R$8.038,67 para R$8.323,94).
· Fim do módulo básico e avançado
A remuneração dos atuais gerentes que estão no módulo avançado será mantida. Mas, não serão concedidos novos acréscimos, inclusive a rodada deste mês não será realizada.
· Tecnologia
Extintas as funções de Analistas de TI A, B e C, que eram gratificadas. Nova nomenclatura: Assessor de TI I, II e III; agora, como funções de confiança, ainda que com carga horária de 6 horas. Os funcionários terão 60 dias para aderir ou entrarão no VCP (Vencimento de Caráter Pessoal).
· Criação da carreira de especialistas equivalentes a executivos.
Especialistas I, II e II, equivalente a Gerente Executivo, Gerente de Soluções e Gerente de Equipe.
· Comissionados a partir da mudança começam com os salários mais baixos.
· O BB não divulgou a expectativa de redução com a folha de pagamento.
PDG
· A partir do 2° semestre o PDG será aplicado a todos os funcionários, em todas as áreas e será por ranking (40% “melhores” classificados, com critérios de cada área a serem definidos nos próximos 90 dias).
· Público alvo: de 73 mil passa para 94 mil funcionários.
· Aumenta a distribuição de 30% para 40% (de 22 mil para 37 mil).
· Faixa máxima: 2 VR por semestre.
· Distribuição passa de R$ 102 milhões para R$ 225 milhões.
· PLR: permanece a regra prevista na Convenção Coletivo de Trabalho (CCT) e no Aditivo.
GDP
· A GDP terá um “Placar de Calibragem”.
Automática: aumenta ou reduz a nota em até 20% do avaliado com base na média dos conceitos atribuídos pelos avaliadores nos últimos três períodos da GDP. O objetivo é eliminar a subjetividade e a disparidade que pode haver entre avaliadores.
· Validação das avalições por um Comitê composto por gerentes da Unidade. Apenas para UA (Unidade de Apoio) e EU (Unidade Estratégica).
· Acordo de Desenvolvimento para funcionários com “lacuna” (conceito 4).
· Etapa de acompanhamento trimestral da avaliação da GDP.