Os sindicatos cobraram da Caixa Federal um posicionamento sobre mais contratações de empregados, durante reunião da mesa permanente, realizada ontem (22). Os representantes do Banco público foram lacônicos: será cumprido o que está assegurado no Aditivo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2014/2015; ou seja, contratação de dois mil novos empregados até dezembro deste ano. “Ocorre que, ao assinar o Aditivo, inexistia o PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria), que resultou no desligamento de mais de três mil empregados. E, até agora, o Conselho Diretor da Caixa Federal não definiu como será a reposição dos empregados desligados recentemente”, ressalta o diretor do Sindicato, Carlos Augusto (Pipoca), que participou da reunião.
No ano passado, a Caixa Federal já havia atingindo a marca de 101 mil empregados. Com a contratação prevista no Aditivo, o total chegaria a 103 mil no final deste ano. Na prática, porém, aconteceu exatamente o contrário. No último dia 30 de junho, a Caixa Federal informou no Diário Oficial da União que o seu quadro de pessoal era de 97.975, implicando em uma redução considerável do número de empregados. “Diante desses dados, o deficit hoje é de cinco mil empregados”, destaca o diretor do Sindicato, Carlos Augusto.
Pesquisa: Segundo a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), realizada pela Contraf-CUT em parceria com o Dieese, divulgada no mesmo dia da reunião, a Caixa Federal apresentou, nos primeiros seis meses deste ano, a maior redução de pessoal, com o corte de 2.058 postos de trabalho. A Pesquisa é elaborada com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Dia de Luta: Em 6 de agosto, os sindicatos realizam o Dia Nacional de Luta por Contratação Urgente na Caixa. Depois do que foi apresentado na mesa permanente, somente com mobilização será possível reverter o quadro atual. Participe.
Não a GDP
Os sindicatos voltaram a cobrar o fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). A Caixa Federal se limitou em informar que a GDP será mantida e que pode apresentar detalhes do programa para discussão com os sindicatos. Para o diretor do Sindicato, Carlos Augusto, a GDP representa uma ameaça a conquistas históricas como a PLR Social e a promoção por mérito. Desde que surgiu, o programa está sendo implantado em ciclos, e a meta é atingir todos os empregados até 2016.
PSIC
Discutiu-se na mesa o Processo de Seleção Interna por Competência (PSIC). Em ofício enviado à Caixa Federal no dia 22 de junho último, a Contraf-CUT reivindicou a criação de um comitê paritário para acompanhar e sugerir melhorias no PSIC para formação de banco de habilitados, após denúncias sobre problemas na aplicação das provas, em abril deste ano. A Caixa Federal rejeitou a reivindicação. Os sindicatos reivindicaram ainda que seja suspensa a trava de seis meses, para garantir que todos os empregados, independentemente de estar no banco de habilitados, possam fazer o PSIC. A Caixa Federal assumiu compromisso em avaliar a proposta.
Dias parados: Os sindicatos propuseram a revisão do corte de ponto dos empregados que participaram das mobilizações nacionais ocorridas no dia 27 de fevereiro (Dia Nacional de Luta pela Caixa 100% Pública), 15 de abril e 29 de maio (Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 da Terceirização, MPs 664 e 665 e o ajuste fiscal). A Caixa Federal também assumiu compromisso em avaliar a proposta.
TI: Quanto à valorização dos profissionais de TI, os representantes da Caixa Federal reiteraram a resposta encaminhada à Comissão Executiva dos Empregados, por meio de ofício, com a indicação de que o Banco público não pretende cumprir o compromisso assumido no fechamento da campanha salarial do ano passado. Ou seja, sem valorização dos empregados da área de TI.
Odontológico: Os sindicatos questionaram sobre o retorno do adiantamento odontológico. A Caixa Federal informou que ainda não tem previsão de quando isso irá ocorrer. O benefício foi suspenso em decorrência de uma troca de sistema que visa aperfeiçoar o atendimento aos empregados.
Atestado: Os sindicatos relataram as dificuldades que os empregados enfrentam para validar atestados médicos. A Caixa Federal informou que vai apurar as denúncias.
LIP: A Caixa Federal não estava repondo a vaga do empregado licenciado via LIP (Licença de Interesse Pessoal). O objetivo, segundo o Banco público, era para assegurar que, ao retornar, o empregado assumisse seu posto na unidade de origem. Os sindicatos são contrários a esse encaminhamento; na mesa permanente, argumentaram que, ao não fazer a reposição, a Caixa Federal dificulta o acesso ao LIP nas unidades que sofrem com carência de pessoal. Isso porque os gestores não autorizam a liberação do empregado. A Caixa Federal também vai analisar a questão.
Fonte: Fenae
Foto: Augusto Coelho