A segunda rodada de negociação da pauta específica com o Banco do Brasil, realizada no último dia 1º, não resultou em nenhum avanço sobre os temas segurança bancária e igualdade. “A postura do BB foi a mesma da Fenaban na semana passada, quando se discutiu os mesmos temas, e a desculpa para não estender direitos foi a idêntica a apresentada pela Caixa Federal no último dia 29”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Jeferson Boava, que participou da rodada.
Segurança bancária
Na pauta de reivindicações sobre segurança, entre outros pontos, porta giratória com detector de metais e proibição de transporte de valores por bancários. E mais: atualização da indenização para funcionários que sofreram assaltos, sequestro ou extorsão; e direito de opção aos funcionários participantes do Pavas (Programa de Assistência às Vítimas de Assalto e Sequestro) em escolher a unidade de preferência para retorno ao trabalho. Nenhuma resposta concreta do BB.
Sem licença-prêmio para todos
No debate sobre igualdade de oportunidades, os representantes do BB disseram ao Comando que não podem nem discutir a concessão de licença-prêmio para todos os funcionários porque o Dest (órgão do Ministério do Planejamento responsável pelas empresas públicas) não libera a implementação. A mesma resposta da Caixa Federal sobre o mesmo tema. Essa desculpa, aliás, foi dada também para o item férias de 35 dias para os funcionários com mais de 20 anos na carreira e para o adiantamento aos egressos de bancos incorporados (mesmo que não tenha feito adesão ao regulamento do BB).
Com relação a opção de uma identidade social com o nome que o funcionário desejar representa um avanço, pois beneficia os transexuais e aqueles que preferem ser identificados por um nome diferente do que consta no registro civil. A isonomia de direitos para os funcionários que atuam no exterior foi apresentada, mas nenhum resposta foi dada pelo banco.
vítimas de assédio moral e sexual
O Comando propôs a criação de um programa de atendimento posterior para as vítimas de assédio moral e sexual comprovados. Os negociadores do BB não demonstraram disposição para avançar no tema com a justificativa de que já existem os Comitês de Ética.
Gedip
Na abertura da rodada o Comando solicitou informações sobre as mudanças nos parâmetros de cobrança no programa de Gestão de Disciplina de Pessoal (Gedip). Com a alteração, o valor mínimo passou para R$ 600,00. Antes não havia valor mínimo. De acordo com o banco, uma média de 80% dos processo do Gedip acabaram com essa mudança.
O Comando propôs uma mesa específica sobre o Gedip para discutir mecanismos de apuração de responsabilidade pecuniária em casos de falha em serviço, que tem gerado cobranças indevidas, descontadas diretamente do funcionário por meio de processo automatizado. O Comando reivindica a inclusão de um processo de defesa no Gedip.
PCMSO
O Comando Nacional reivindicou melhorias nos procedimentos do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Em municípios onde não existe a possibilidade de realização do exame, os representantes dos trabalhadores cobraram a cobertura de custos de locomoção e abono do dia, se não houver o cumprimento do contrato do PCMSO. Sem resposta patronal.
Adicional de periculosidade
Vários funcionários sofrem com condições adversas de trabalho em regiões que ficam mais expostas a condições com risco à saúde, como refinarias. O Comando reivindicou a extensão aos bancários que trabalham nesses locais de risco o adicional de periculosidade conquistado pelos vigilantes em legislação específica.
Próxima rodada
Na próxima mesa de negociação específica , serão debatidos os temas remuneração e demais itens restantes da minuta específica. A rodada será realizada no próximo dia 12, em São Paulo.
Fonte: Contraf-CUT